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PRESERVAÇÃO

Do verde intocado para o cinza do concreto

Segundo estudo, 15% da Mata Atlântica restante no Brasil pode desaparecer até 2030 | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Segundo estudo, 15% da Mata Atlântica restante no Brasil pode desaparecer até 2030 (Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo)

Mesmo que estejam a muitos quilômetros de distância de florestas ou paisagens preservadas, moradores de grandes centros urbanos "contribuem" para a degradação do que resta de recursos naturais no planeta. A expansão do consumo de bens e energia produzidos pressionando áreas conservadas é a principal fonte de devastação dos biomas existentes. Uma estimativa feita por pesquisadores estadunidenses indica que, até 2030, 1,2 milhão de quilômetros quadrados no mundo deixará de ser preservado em função da pressão urbana.

Essa ameaça global coloca em risco de extinção 205 espécies de animais que vivem nos habitats pressionados. Do que resta de Mata Atlântica e Cerrado no Brasil, 15% e 2,5%, respectivamente, podem sumir. A área preservada que está prestes a desaparecer é quase do tamanho do estado do Amazonas.

Apesar de os números apontarem para danos drásticos em território brasileiro, é na Ásia que o cenário é mais preocupante. China e Índia, em franco processo de aumento de moradores vivendo em grandes cidades, devem consumir cerca de R$ 28 trilhões em projetos de desenvolvimento de infraestrutura urbana nos próximos 27 anos. Vilas e aldeias serão transformadas em metrópoles. O levantamento indica que regiões nos arredores do Himalaia terão, num futuro próximo, grande densidade populacional.

África

Também há previsão de que o ritmo de crescimento seja alargado na África, em comparação com o período dos anos 2000. Estarão em foco os aumentos metropolitanos em países como Quênia, Uganda, Ruanda, Burundi, Nigéria e Etiópia. Já na América do Norte, que registra 78% da população vivendo em áreas urbanas, a taxa de ocupação do solo é que deve aumentar para fazer frente ao crescimento populacional.

Para os pesquisadores, que se basearam em diversos estudos elaborados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), só a aplicação de projetos sustentáveis, aliando desenvolvimento e preservação, seria capaz de diminuir o impacto sobre as áreas nativas.

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