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Fracasso

Nos últimos 40 anos, só quatro metas ambientais avançaram no mundo

Relatório divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostra que, de 90 metas ambientais acordadas internacionalmente nos últimos 40 anos, apenas quatro tiveram avanços significativos. O número representa menos de 5% do total e é inferior à quantidade de objetivos que tiveram retrocesso – oito no total.

Batizado de Panorama Ambiental Global 5, ou simplesmente GEO-5, o documento também mostra que outras 40 metas tiveram poucos avanços e 24 praticamente não progrediram. As informações foram apresentadas em coletiva de imprensa no Rio.

Segundo a ONU, houve avanço significativo na erradicação do uso de substâncias nocivas à camada de ozônio, na eliminação do uso de chumbo em combustíveis, na melhora do acesso a fontes de água limpa e no aumento das pesquisas sobre a poluição dos mares.

Ao mesmo tempo, os esforços para o combate às mudanças climáticas e para a preservação dos estoques pesqueiros praticamente não avançaram. Já a proteção dos recifes de corais regrediu – desde 1980, eles sofreram redução de 38% no planeta.

Folhapress

Uma pesquisa divulgada ontem pelo Ministério do Meio Ambiente apontou que apenas 22% da população brasileira sabe o que é a Rio+20 (Conferência das Nações Uni­das sobre Desenvolvimento Sustentável). O evento será realizado de 20 a 22 de junho, no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro. Entre essas pessoas, 89% afirmam saber que a conferência vai "mudar a maneira como usamos os recursos naturais do planeta".

Apesar de 78% dos brasileiros desconhecerem a Rio+20, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o índice de 22% é expressivo quando comparado à Rio92 e à Eco92, que há 20 anos discutiram medidas para frear o aquecimento global. Em 1992, apenas 3% da população tinha conhecimento sobre os eventos. "É bastante expressivo que 22% saibam que vai acontecer a conferência. Considerando que estamos falando de todo o Brasil, estamos falando de 40 milhões de pessoas", afirmou.

A pesquisa apresentada ontem foi feita a partir de entrevistas realizadas em abril deste ano com 2.201 pessoas acima de 16 anos, das cinco regiões do Brasil. Realizado desde 1992, o levantamento "O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável" aponta, na edição 2012, resultados inéditos, como uma evolução na consciência ambiental dos brasileiros.

Prioridades

De acordo com o estudo, aproximadamente 13% dos entrevistados dizem ter preocupação com o meio ambiente. O porcentual é mais do que o dobro do registrado há seis anos (6%). O tema está em sexto lugar na lista de preocupações dos brasileiros, ficando atrás de saúde/hospitais (81%), violência/criminalidade (65%), desemprego (34%), educação (32%) e políticos (23%). Há seis anos, o tema aparecia na 12.ª colocação, à frente apenas de reforma agrária e dívida externa. No ano da Eco92, o assunto nem sequer foi citado no levantamento.

A pesquisa deste ano, por outro lado, aponta que o meio ambiente está em primeiro lugar na lista dos motivos de orgulho do brasileiro, com 28%. Além disso, 65% dos entrevistados afirmaram que a sobrevivência é a principal razão para preservá-lo. "Este é um ponto positivo, porque as pessoas começam a entender que a importância não se deve apenas à preservação de animais e de plantas", afirmou Samyra Crespo, secretária da Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Meio Ambiente.

Paralelamente, 11% dos brasileiros disseram não haver problema ambiental no país. Em 1992, o índice era de 47%, e ao longo dos anos, a curva foi decrescente. Entre os problemas ambientais listados, a população citou o desmatamento, com 67%, seguido da poluição dos rios, lagos e outras fontes de água, com 47%. Ainda de acordo com o levantamento, os brasileiros não conhecem os principais conceitos que serão discutidos na Rio+20: o termo desenvolvimento sustentável, por exemplo, é ignorado por 53% da população brasileira.

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