Sons e tecnologia 3D foram usados na exposição Humanidade| Foto: Katia Brembatti / Gazeta do Povo

Atração

Exposição Humanidade, o grande sucesso da conferência ambiental

A maioria dos eventos oficiais e paralelos da Rio+20 chamou a atenção apenas de pessoas já envolvidas no debate das questões ambientais. Mas uma atração extrapolou essa barreira e conseguiu apresentar os dilemas do desenvolvimento sustentável a uma multidão. A exposição Humanidade 2012 levou 210 mil pessoas ao Forte de Copacabana, sendo que muitas enfrentaram cinco quarteirões e duas horas de espera na fila. Na tendência mundial de oferecer um museu que não seja apenas contemplativo, a ideia foi explorar os sentidos, chocar e levar à reflexão.

O setor empresarial, constantemente acusado de ser o principal promotor da degradação ambiental, decidiu assumir o protagonismo das discussões na Rio+20 e começou colocando a mão no bolso. O investimento foi de R$ 44 milhões. Uma estrutura gigante de andaimes de seis andares abrigou as criações da artista Bia Lessa. Além da exposição aberta gratuitamente ao público, uma sequência de debates foi promovida no segmento empresarial da Rio+20.

Turistas e moradores do Rio foram convidados a conferir outros espaços abertos ao público. Entre eles, o Parque dos Atletas – ao lado do Riocentro, onde aconteceram as principais reuniões da conferência –, que abrigou estandes de tecnologias e iniciativas ambientais apresentadas por ONGs, empresas e governos.

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Circuito Expositivo do Humanidade
Circuito Expositivo do Humanidade
Circuito Expositivo do Humanidade 2012
Pêndulo, na Capela Espaço da Humanidade
Pêndulo, na Capela Espaço da Humanidade
Sala Biodiversidade Brasileira
Circuito Expositivo Humanidade
Sala Rio de Janeiro
Circuito Expositivo do Humanidade
Circuito Expositivo do Humanidade
Circuito Expositivo do Humanidade
Circuito Expositivo do Humanidade
Circuito Expositivo do Humanidade
Sala Mundo em Que Vivemos
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Por pouco os participantes da Rio+20 não se depararam com o mesmo tipo de destinação reprovável de lixo que existia no Rio de Janeiro há duas décadas, quando foi realizada a Eco92. O fechamento do lixão de Gramacho apenas dez dias antes do início da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável é uma mostra de que a cidade está apenas engatinhando quando o assunto é respeito ao meio ambiente. Apenas 3% dos resíduos domésticos produzidos no Rio de Janeiro são reciclados.

A Baía da Guanabara recebeu R$ 1 bilhão para projetos de despoluição depois da Eco92, mas continua exibindo muita sujeira.

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Delegações visitantes que foram recepcionadas no Aeroporto do Galeão com a impressionante reprodução de uma floresta feita de plástico logo perceberam que a Rio+20 estava tentando parecer "verde".

Chegar ao local da conferência foi o primeiro desafio. A maior parte dos hotéis fica a 45 quilômetros do Riocentro – complexo de pavilhões que abrigou as discussões diplomáticas. Cerca de 130 ônibus exclusivos foram colocados à disposição dos participantes, mas não foram poucas as vezes em que o trajeto levou duas horas. Mesmo os gringos que se surpreenderam com os veículos que não eram movidos a petróleo – e sim a etanol – reconheceram que não há álcool feito de cana-de-açúcar capaz de justificar o deslocamento de 40 mil pessoas por dia por uma distância dessas. Além disso, o quente inverno carioca fez um poluído córrego no entorno do Riocentro exalar cheiro de esgoto.

Na exposição que aconteceu ao lado das conferências, empresas do setor automotivo e de produção de energia investiram para tentar melhorar a imagem de principais devastadoras. Copos plásticos foram substituídos por recipientes feitos de palha de milho e o carpete era de material reaproveitado de garrafas PET. A grama sintética instalada na entorno dos estandes foi a marca de que tudo era muito aparente e pouco substancial. Nesta semana, quando a Rio+20 for substituída no centro de convenções por uma megafeira de moda para mamães e bebês, não restará dúvidas de que as preocupações ambientais demonstradas nos últimos dias eram apenas passageiras.

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