Diversos grupos da sociedade civil aproveitaram o calendário da Rio+20 para protestar na Avenida Rio Branco, principal via do centro do Rio, na tarde de ontem. Ambientalistas, servidores públicos, estudantes e ativistas participaram da marcha, que ocupou ao menos dez quarteirões da avenida. A Polícia Militar não divulgou o número de participantes. Do alto dos carros de som, os manifestantes comemoraram a adesão de 50 mil pessoas.
Os participantes se organizaram na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20. A maior parte das palavras de ordem era contra a presidente Dilma Rousseff e seu veto parcial ao Código Florestal.
A chamada "anistia aos desmatadores" foi o principal alvo dos ativistas ambientais presentes na marcha. "O Código Florestal cria um perigoso precedente para que se continue o desmatamento das florestas brasileiras", afirmou Sérgio Leitão, diretor de campanha do Greenpeace.
Placas carregadas por manifestantes traziam os dizeres: "Dilma, fantoche dos ruralistas".
Diversos grupos de ambientalistas latino-americanos participaram da marcha. Estudantes e servidores públicos federais pediram com palavras de ordem que o governo federal "dê mais valor à educação".
Eles defenderam a greve que já dura mais de um mês nas universidades federais do Brasil. Uma de suas principais reivindicações foi o direcionamento de 10% do PIB para a educação.
"O governo diz que está ampliando o acesso à educação, mas faz isso sem qualquer critério ou qualidade. Estão colocando 200 alunos dentro de uma sala porque faltam professores", afirmou Yan Oliveira, estudante do curso de História da Universidade Federal Fluminense.
Na ala das feministas, representantes da Marcha das Mulheres gritavam palavras de ordem contra o Vaticano. Elas dizem que o aborto, por exemplo, acontece no mundo inteiro independentemente do posicionamento da Igreja Católica.
Índios barrados
Antes dessa manifestação, ainda pela manhã de ontem, uma espécie de muralha humana formada por 120 militares e policiais equipados com escudos, máscaras de gás, granadas e capacetes com viseiras impediu que um grupo de 500 índios, armados com flechas, lanças e bordunas, invadisse a área de segurança do Riocentro, onde ocorria a cúpula de chefes de Estado da conferência Rio+20. Por muito pouco não houve confronto. Eles pediam o abandono da construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Coube ao secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, apaziguar os ânimos dos índios. Ele conversou com Raoni e outros líderes em plena rua e acabou convencendo-os a deixar o local. Em troca, prometeu levar à cúpula da conferência uma comissão de 12 indígenas.
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