![Guia verde da ONU destaca UTFPR Tatiana Gadda, urbanista e coordenadora do Studio Cidades e Biodiversidade da UTFPR | Hugo Harada/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2013/02/4355616b3f16d5afe43b54279d1fe703-gpLarge.jpg)
Preservação em foco
Entenda a importância da conservação da biodiversidade:
Relação desigual
Segundo a ONU, em nenhum outro momento da história as taxas de perda de biodiversidade, que incluem o desmatamento e a extinção de espécies, por exemplo, atingiram níveis tão altos.
Efeitos negativos
Nesse rápido e mal planejado desenvolvimento, as áreas urbanas acabam se caracterizando por uma grande proporção de superfícies impermeáveis e poucos espaços verdes.
Cenário
Apesar de as cidades ocuparem hoje apenas 2% da superfície da Terra, cerca de 50% da população mundial vive nessas áreas urbanas proporção que deve subir para 90% até o ano de 2100, segundo estimativas da ONU.
Falta debate
Complexidade do tema afugenta gestores públicos, dizem especialistas
Como aliar o crescente desenvolvimento urbano com a conservação da biodiversidade é o dilema diário do Studio Cidades e Biodiversidade, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Para a coordenadora do studio, a urbanista Tatiana Gadda, a criação do grupo veio justamente tentar sanar a falta de discussão sobre o tema, seja dentro das universidades quanto nas prefeituras. "A discussão sobre as mudanças climáticas já emplacou. Mas sobre a biodiversidade, não. Essa é uma discussão recente, que precisa de um olhar mais amplo, sistemático", afirma.
O diretor-executivo e fundador da ONG Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, destaca que a complexidade do tema acaba afugentando gestores públicos e a própria população das questões relativas à biodiversidade. Para ele, essa é uma barreira que só será quebrada por meio do conhecimento técnico voltado a todos os atores sociais. "Ainda se vê na sociedade como um todo a conservação da biodiversidade se confundindo com discussões sobre destino do lixo e mobilidade, por exemplo. Achar que somente reciclando lixo estou preservando a biodiversidade é muito distante da realidade, embora reconfortante para quem faz isso", avalia. (RW)
Em uma pequena sala na Universidade Tecnólogica Federal do Paraná (UTFPR), um grupo de professores e estudantes trabalha há quase um ano em um modo de conciliar o desenvolvimento das cidades brasileiras à conservação da biodiversidade. Eles integram um projeto chamado Studio Cidades e Biodiversidade. Os studios são iniciativas fomentadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em universidades de todo o mundo com o objetivo de discutir ações e maneiras de incluir o cuidado com o meio ambiente no planejamento urbano das cidades.
A iniciativa na UTFPR envolve 22 alunos e cinco professores, de nove diferentes áreas, que vão de planejamento urbano e ecologia até desenvolvimento social, direito e economia. Apesar de ser relativamente recente o grupo foi criado em março do ano passado , a experiência do studio curitibano foi escolhida para figurar em um guia que será lançado pela ONU, ao lado de outras sete universidades de países como Armênia, Índia, Espanha e Japão.
A publicação servirá de referência para gestores públicos que queiram abraçar a conservação da biodiversidade em suas políticas públicas. A intenção é lançar luz sobre o tema e chamar a atenção para os efeitos adversos consequentes da extinção das áreas verdes e espécies animais.
Treinamento
Os primeiros efeitos dessa aproximação entre academia e poder público já puderam ser percebidos em junho de 2012, durante a Rio +20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável. Convidado pelo Ministério do Meio Ambiente, o grupo da UTFPR promoveu um treinamento para 32 gestores públicos de 13 municípios brasileiros principalmente secretários municipais de Meio Ambiente.
No curso relâmpago, feito ao longo de quatro horas, os gestores precisaram apresentar soluções e trocar ideias sobre problemas envolvendo a conservação da biodiversidade e demandas locais de quatro municípios fictícios. A experiência foi considerada positiva e a intenção agora é criar treinamentos itinerantes feitos para regiões específicas, tanto no Paraná quanto em outros estados desta vez, com muito mais tempo para discussão.
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