Conhecer museus temáticos é programa obrigatório em qualquer city tour pelo mundo. Além de divertido, o passeio revela muito da cultura e da história local. Em Curitiba, o Museu do Saneamento é um bom exemplo disso. O espaço, inaugurado em 2014, mostra a evolução da engenharia do setor, da própria Sanepar (mantenedora do local) e estimula a conservação dos recursos hídricos. Um prato cheio para estudantes, professores e curiosos de carteirinha. Lembrando que nesta sexta-feira (6) se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente.
A viagem nostálgica começa pelo próprio prédio de mais de 5 mil metros quadrados que hoje abriga o museu, no bairro Tarumã. Ali, em 1945, foi inaugurada a primeira estação de tratamento de água da cidade, e que funcionou até 2004. Os tanques de decantação e os cilindros gigantes usados nos processos de purificação ainda estão por lá. Equipamentos de análise química, móveis de época e computadores integram o acervo, e uma lambreta usada décadas atrás por funcionários da Sanepar no Norte Pioneiro. A vespa foi recuperada de um ferro-velho.
No acervo de mais de 8 mil itens, há peças que remetem à própria história de Curitiba, como tampas de poços de visita datadas do início do século 20. Ou então um fichário com os nomes de todos os clientes da empresa entre 1945 e 1965. Cabiam em uma escrivaninha.
Exposição
Além dos objetos históricos, outra atração do museu é a exposição “Dos olhos d’água à Sanepar”, que traça a evolução do saneamento no estado. Ao mirar os cartazes, descobre-se, por exemplo, que em meados do século 19 Curitiba era abastecida pelos “aguadeiros”, que transportavam em carroças os tonéis com o “precioso líquido”, como se dizia. Há uma réplica dessas carroças no local.
Já a inauguração da Represa do Carvalho, em 1908, marcou o início da rede de captação e distribuição de água de Curitiba, trazendo a água, por dezenas de quilômetros, dos mananciais da Serra do Mar até as residências, usando só a força da gravidade. Segundo Junio Ferreira Lima, coordenador do museu, esse é um bom exemplo de sustentabilidade, pois o esquema não exigia um watt de energia. Assim funcionou por 40 anos, até que a cidade exigiu novas tecnologias.
Mostrar que a água não chega às casas por magia e sim graças a um complexo projeto de engenharia é revelador. “Tentamos sensibilizar para a questão dos recursos hídricos. Como aprender a usar a água de forma racional”, diz Lima. Nesse sentido, o museu planeja ter, em dois anos, um espaço interativo para abordar a questão ambiental.