Efeitos
Ambientalistas se dividem sobre eficácia de parques
Membro do Comitê de Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira (Coaliar), o coordenador de projetos da Oscip Gerar, Divo Molinari, comemora a criação dos parques. "Em Curitiba já há estas áreas, mas na RMC não. Com as mudanças climáticas se agravando, nunca se sabe o volume de chuvas que haverá", diz.
Já para o diretor da Oscip Grupo Ambientalista do Rio Iguaçu (Gari), Giacomo Clausi, são necessárias ações mais efetivas de preservação. "O problema dos parques é a falta de conexões entre eles. O principal deve ser a conservação da biodiversidade. Não adianta ter contenção de enchentes para manter a qualidade do ambiente", reforça.
77 quilômetros será a extensão da Área de Interesse Especial Regional do Iguaçu (Aieri), que passará ao longo de São José dos Pinhais, Piraquara, Pinhais, Araucária, Fazenda Rio Grande, Curitiba, Contenda, Lapa e Balsa Nova. Ainda não há previsão para a criação da área. Já os parques Itaqui, Palmital e Piraquara, que são em municípios vizinhos, devem ter um cronograma de nove a 12 meses para implantação, após a conclusão dos projetos executivos, no ano que vem.
A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) vai ganhar cinco novos parques de controle de enchentes, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2-Drenagem). Até o fim deste mês, a Coordenação da RMC (Comec) espera receber os estudos de concepção dos Parques Ambientais Piraquara; Itaqui, em São José dos Pinhais e Metropolitano do Iguaçu, nessas duas mesmas cidades. Neste mesmo prazo deve ser entregue o Plano Diretor da Área de Interesse Especial Regional do Iguaçu (Aieri), que inclui o Parque Natural Metropolitano, em local a ser definido. Em outra frente, o Parque Ambiental Palmital, em Pinhais, que tinha estudos anteriores elaborados pelo governo do estado, terá o projeto executivo entregue e poderá ser licitado.
O diretor técnico da Comec, Sandro Setim, afirma que as áreas em estudo já pertencem aos municípios ou ao estado e estão ocupadas por moradias irregulares. A intenção é retomar esses espaços como locais de preservação ambiental, entretenimento e, sobretudo, como solução de engenharia para evitar inundações na região, ao longo do Rio Iguaçu. "A função primeira é o controle de cheias, semelhante ao Parque Barigui, em que parte das lagoas passa por cima das pistas de caminhada, para que as águas não ocupem áreas urbanizadas", explica Setim.
INFOGRÁFICO: Veja as áreas que serão utilizadas
Custos
Os estudos de concepção estão sendo feitos por empresas privadas e definirão as áreas e cotas de alagamento dos parques. O custo total nesta fase é de pouco mais de R$ 1,2 milhão, pagos com recursos a fundo perdido do Ministério das Cidades. O prazo contratual para entrega é 15 de outubro. A partir disso, os papéis são entregues à Caixa Econômica, para validação etapa que, segundo a Comec, deve estar concluída até novembro, para que as licitações dos projetos sejam iniciadas ainda neste ano.
Setim calcula que os projetos executivos levem até meados do próximo ano para ficarem prontos. Só então o serviço de instalação dos parques poderá ser licitado. Os recursos para as obras também serão captados no governo federal.