Júnior Licas e seu cão Thor, em viagem da cidade paulista de Marília rumo à Guaratuba: só uma parada é o suficiente| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Equipamentos

Transporte seguro envolve aquisição de caixas e cintos especiais

O transporte e acondicionamento dos pets também exige medidas de segurança. De acordo com o policial rodoviário federal Fernando Oliveira, o Código Brasileiro de Trânsito não obriga o uso de equipamentos de retenção específicos, mas é recomendável que o motorista utilize cintos de segurança adaptados ou caixas de transporte próprias para animais, presas ao sistema de cintos de segurança do veículo. Há ainda a opção de isolar os bancos traseiros com uma divisória. "Em caso de acidentes, o animal solto pode ser lançado para fora do veículo ou projetado contra os passageiros", alerta.

Multas de até R$ 127,69

O artigo 235 da lei 9.503/97, define como infração grave o transporte de animais na parte externa do carro (caso de caminhonetes) ou com parte do corpo para fora da janela do veículo. O motorista flagrado em alguma dessas situações perde cinco pontos na carteira de habilitação e é multado em R$ 127,69. Dirigir com o animal acomodado no colo, à esquerda, ou entre os braços e pernas, é infração média, dá quatro pontos na carteira e multa de R$ 85,13. Verifique ainda a necessidade de licenças especiais para o transporte quando o trajeto for longo e passar pela divisa entre estados.

Na praia, não

Além da proibição legal, levar os animais para a praia não é recomendável pelos riscos à saúde dos veranistas e dos próprios bichinhos. A areia e a água do mar, muitas vezes com focos de poluição, podem fazer dermatite no animal. Já as fezes e a urina do bicho podem transmitir uma série de doenças para as pessoas.

CARREGANDO :)

Preparação

Lista do que não pode faltar ao bicho inclui remédios, registros e carteira de vacinação

Engana-se quem pensa que basta colocar o animal dentro do carro e seguir viagem: bichinhos de estimação também têm bagagens. Guia, coleira, ração habitual, potes de água e comida, brinquedos, caminha e cobertor, e, no caso de gatos, areia e liteira, são alguns dos itens que compõem a "mala" dos pets. Não esqueça, também, de remédios para casos de emergência (enjoo, ansiedade), do documento de registro e carteira de vacinação.

Brinquedos são itens que não podem faltar

"Sempre que decidimos viajar com nossa gata Mima, começamos a preparação com um dia de antecedência. Levamos tudo, desde a caixa de transporte até a cama e os brinquedos, para facilitar a adaptação. Quando arrumamos tudo no carro é que nos damos conta de como ela tem coisas!", conta Alexandre Cardoso, dono da gatinha. Segundo Cardoso, Mima é colocada na caixa de transporte sob protestos. "Ela mia bastante porque quer ir no colo, mas não pode".

Faz tempo que o espaço destinado a eles deixou de ser apenas o pátio externo. Hoje, em muitas casas, animais de estimação participam de todas as atividades, como um legítimo membro da família, inclusive embarcando junto em viagens de férias e temporadas de praia. Viajar com pets, no entanto, não é sempre tarefa fácil e exige cuidados básicos não apenas para evitar incômodos para os donos, mas também para garantir o bem-estar do animal.

Publicidade

O primeiro passo é avaliar a "personalidade" do animal, segundo a médica veterinária Jociane Tokarski. "O importante é avaliar o temperamento e a relação que ele tem com o proprietário. Alguns animais não se incomodam durante viagens, outros detestam, sentem medo e enjoo de movimento. Nesse caso, o dono precisa considerar se hospedar o animal em um hotel para cachorros ou gatos é uma alternativa melhor. Mas também tem muitos animais que ficam tristes e param de comer quando longe de seus donos", explica.

Thor viajante

Acomodado no banco de trás do carro, Thor, um simpático Golden Retriever de 1 ano e 3 meses e 35 kg, parece absolutamente alheio a quaisquer incômodos que viagens longas possam causar. O percurso de Marília (SP), onde reside, até Guaratuba (PR), é de mais de 600 quilômetros, mas Thor mantém a calma – uma parada para esticar as pernas e fazer as necessidades é o suficiente. "Ele adora viajar. É só abrir a porta do carro e ele pula para dentro. Não precisa tomar calmante e não faz alarde para colocar a guia adaptada", conta Júnior Licas, 30 anos, dono do cachorro.

Mas nem sempre foi assim. Dias após ser acolhido no novo lar, com apenas 3 meses, Thor embarcou em uma viagem de carro para Londrina (PR). Durante o trajeto, enjoou e vomitou. Licas não desistiu de levar o companheiro junto. Com o tempo, o bicho acostumou. "Já pensei em deixar em hotel, mas tenho dó. Para quem gosta do animal, é duro deixá-lo. Se a família pode se revezar para cuidar dele, eu deixo em casa. Senão, ele vem comigo."

Cate o cocô

Publicidade

Recolher as fezes do seu animal é um ato de educação e evita a proliferação do bicho geográfico.

"Emplacado"

Coloque uma placa de identificação com o nome e o telefone do dono do bicho.

Na Ilha do Mel ele não entra

Áreas protegidas não permitem a entrada de animais de estimação, como a Ilha do Mel. De acordo com a Rede Estadual de Direitos Animais (Reda), da Secretaria do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, a proibição se deve ao fato de que esses locais abrigam espécies silvestres, repteis e possuem ninhos de pássaros e outras aves.

Publicidade

Tenha itens para reduzir também a sensação de calor

Uma vez decidido que o animal vai acompanhar os donos, é preciso certificar-se de que as vacinas estão em dia e de que o bicho apresenta boas condições de saúde. Segundo o Ministério da Agricultura, para viajar com cães e gatos em qualquer meio de transporte terrestre, são necessários o atestado de saúde do animal emitido por veterinário habilitado e comprovante da vacina antirrábica. A médica veterinária Jociane Tokarski recomenda ainda uma dose da déctopla (que protege contra parvovirose, leptospirose e cinomose) e de vermífugo.

Outro cuidado é a atenção ao calor intenso registrado nesse período do ano, principalmente no Litoral. Os animais, principalmente os de pelagem farta e aqueles não acostumados às altas temperaturas, sentem bastante o efeito do calor excessivo. Para proteger , garanta que ele tenha acesso à sombra e a um local fresco para descansar; quando sair para passear, faça pausas à sombra e carregue água fresca para beber no passeio.

Atente-se aos sinais de superaquecimento

O superaquecimento pode ser um risco à vida do animal, que apresenta comportamento atípico quando sofre com o calor: respiração rápida e ofegante, salivação além do normal, problemas de coordenação motora, encolher-se como se estivesse com frio e vômitos ou diarreia repentinos.

Publicidade