Entenda os processos que ajudam no aprendizado de informações novas e a lembrá-las sempre que quiser:
Concentração
> Segundo a neurologista da Associação Brasileira de Neurologia, Márcia Telles, a memória atua em três etapas durante o aprendizado de conteúdos inéditos. A primeira envolve um mecanismo simples: a atenção e a concentração. "Quando nasce, a atenção do ser humano é enorme, mas a capacidade de guardar e de evocar uma informação é muito pequena", explica a neurologista.
Esse cenário muda após os 12 anos de idade, quando o indivíduo já começa a manter os mesmos níveis de atenção e armazenamento de conteúdos.
Armazenagem
> A segunda fase do aprendizado envolve a capacidade de guardar as informações. De acordo com Márcia, a estabilidade desse processo permanece a mesma até por volta dos 40 anos.
A partir disso, a capacidade de se concentrar e guardar conteúdos novos vai diminuindo. "E a capacidade de evocar o que está guardado vai aumentando cada vez mais", explica a neurologista.
A terceira idade teria como vantagem a manutenção do bom funcionamento do terceiro processo: a capacidade de relembrar as informações.
Resgate
> Enquanto o tempo necessário para assimilar novos conteúdos aumenta após os 60 anos, a capacidade de evocar informações já fixadas permanece estável ao longo da vida. "Essa busca na memória do que já foi aprendido e incorporado com a idade não modifica muito. A parte inicial, de atenção e o processo de guardar informações, é que mudam de velocidade", ressalta a neurologista.
Dicas
> Algumas dicas podem ser úteis para quem deseja driblar as dificuldades nessas primeiras etapas. "Além da concentração, é preciso aumentar o tempo que o idoso fica exposto ao que quer aprender", afirma a neurologista.
> A psicóloga especializada em gerontologia e psicopedagogia Joice Schiavinato lembra de outras possibilidades. Uma delas seria evitar a memorização de conteúdos não essenciais. Participar de "oficinas de memória", exercícios aplicados em grupo para compartilhar vivências, também é positivo. E não desistir de aprender novas atividades.
> A neurologista Márcia Telles concorda. "Quanto mais anos de estudo ao longo da vida e exercícios que mantenham a atividade cerebral ativa, mais isso ajuda a retardar o aparecimento de uma doença como o Alzheimer", alerta.