A adolescente de 14 anos baleada há uma semana em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, morreu ontem de manhã. Taciane Araújo estava grávida de seis meses quando recebeu o tiro na cabeça. Ela ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Trabalhador, em coma induzido. Na sexta-feira passada, a jovem foi submetida a uma cirurgia de emergência, por volta do meio-dia, para antecipar o nascimento de sua filha, que está internada na UTI Neonatal do hospital.
O corpo de Taciane foi velado ontem na capela do Cemitério Jardim da Saudade II, em Pinhais, e será enterrado hoje, às 13 horas, no mesmo cemitério. Com a morte da jovem, a filha recém-nascida ficará aos cuidados do pai e das tias da vítima, já que a família não mantém contato com o pai da criança. "Nós vamos cuidar muito bem dela porque ela é uma continuação da mãe", comenta a tia de Taciane, Eliana Aparecida Batista.
O caso
Inicialmente, uma amiga de Taciane, de 16 anos, assumiu a autoria do tiro, alegando ter sido um disparo acidental. De acordo com a jovem, um vizinho teria mostrado o revólver para as adolescentes, sugerindo que elas utilizassem a arma para se defender. O rapaz teria engatilhado a arma antes de entregá-la às adolescentes. O delegado responsável pelo caso, Osmar Feijó, pediu um laudo ao Instituto de Criminalística para verificar se havia resíduos de pólvora nas mãos da adolescente.
Feijó investiga a possibilidade de que o autor do disparo tenha sido o vizinho, Diego Colaço, de 19 anos. Na sexta-feira, o delegado pediu a prisão preventiva do rapaz, que ainda está foragido. A própria adolescente detida teria contado uma segunda versão durante o fim de semana. "Ela disse que quem disparou a arma foi o Diego e que ele a ameaçou para que ela assumisse o crime", comenta Feijó. No entanto, o delegado diz que as dúvidas só estarão esclarecidas quando sair o resultado do exame de resíduos de pólvora. Os familiares da vítima prestarão depoimento durante a tarde de hoje. "Nós estamos levantando nomes de pessoas que saibam de possíveis ameaças anteriores e que possam depor para descobrirmos o verdadeiro motivo do tiro", explica o delegado.
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