O juiz da Vara da Infância e Juventude de Jundiaí, a 58 km de São Paulo, vai decidir se a cigana que teve sua filha de 1 ano retirada à força por determinação da Justiça tem condições de criar a menina. A decisão de levar a criança para um abrigo foi tomada depois de uma denúncia anônima. A mãe usaria a criança para pedir esmolas no Centro da cidade.
O desespero da mãe e da criança foi registrado em vídeo. As imagens mostram a menina sendo puxada por uma guarda dentro da delegacia, que a levou no banco da frente de um carro da prefeitura até um abrigo.
Nesta quarta-feira (17), a criança permanece em um abrigo da cidade. Não há prazo para o juiz decidir se a criança voltará a ficar com a mãe ele deve investigar a família e suas condições de moradia antes de tomar a decisão.
O grupo de ciganos foi detido em uma das ruas mais movimentadas do Centro da cidade. De acordo com a denúncia anônima feita à Vara da Infância e da Juventude, a mãe e outra mulher pediam esmola, e usavam as crianças para sensibilizar os doadores. De acordo com o juiz, o bebê estava exposto a risco, submetido a vexame.
"Eu estava lendo sorte, lendo mão. Aí me pegou, colocou dentro do carro e trouxe na viatura", disse Dervana Dias, que teve a filha levada.
As duas mulheres prestaram depoimento e foram liberadas. A outra cigana que também foi detida, não teve a filha apreendida e saiu da delegacia acompanhada da garota.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente disse que a cena é forte, mas não havia outro jeito de pegar a criança. "Dentro das condições reunidas no momento não tinha outra forma senão aquela, tentar conter a emoção da mãe e tentar da mesma forma cumprir a denominação municipal", disse Solange Giotto.
Ela descarta um possível trauma. "Tudo isso vai se resolver de acordo com o tratamento que a criança vai ter durante a vida, os traumas são dissolvidos ao longo da vida desde que haja muito amor e que essa criança seja acolhida onde ela estiver, seja no abrigo ou no colo da mãe."
O comando da Guarda Municipal justificou a ação dizendo que naquele momento foi necessário agir com rigor para cumprir a lei e preservar os direitos do bebê.
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