Uma menina de quatro anos que vinha sendo continuamente espancada dentro da própria casa, em Piraquara, região metropolitana, será encaminhada para um abrigo de menores. O caso foi denunciado nesta semana ao Conselho Tutelar do município. Os suspeitos pelas agressões são o pai, a mãe e a avó da criança.
Depois que o caso chegou ao Conselho Tutelar, agentes do órgão foram à Vila França, onde mora a família, mas não localizaram a menina. A criança só foi encontrada na terça-feira (7), depois que denúncias anônimas foram repassadas à Polícia Militar (PM). A garota apresentava um corte profundo na região frontal da cabeça e hematomas e escoriações por todo o corpo. "Nós ficamos impressionados com a quantidade de ferimentos apresentados pela menina. Com certeza, ela vinha sendo vítima dos maus-tratos há muito tempo", disse o superintendente da delegacia de Piraquara, Wladimir Rodrigues do Prado.
De acordo com as investigações, a última agressão sofrida pela criança ocorreu no domingo (5). Aos policiais, a garota disse que o ferimento na cabeça foi provocado pela avó, que teria usado uma ripa de madeira com prego na ponta para agredir a menina. A polícia, no entanto, vai averiguar esta hipótese e apurar se o pai e a mãe da menina estão envolvidos nos maus-tratos.
O pai da menina ganhou liberdade no mês passado, depois de ter sido preso por tráfico de drogas. A polícia apurou ainda que a mãe da criança é usuária de drogas. "Em depoimento, um acusa o outro. As investigações continuam para apurar quem são os responsáveis pelas agressões", observou Prado. Segundo o superintendente, o autor da violência vai responder por maus-tratos. Os três vão ser indiciados por abandono de incapaz.
Ainda na terça-feira, a menina foi encaminhada ao Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba, onde recebe acompanhamento médico em função das lesões. Assim que receber alta, a menina deve ser levada ao Instituto Médico-Legal (IML), onde passará por mais exames. Segundo o superintendente, o Conselho Tutelar do município já tomou as providências legais para que a família perca a guarda da menina que deve ir para um abrigo para menores.