A emoção tomou conta de Eleni Sodré dos Santos ao ver a filha dançar balé pela primeira vez. Andressa, de 10 anos, nem parecia ter saído há nove meses de uma sala de cirurgia para retirar mais de dois quilos de um tumor que acometeu seu fígado. “Não dá para acreditar que hoje ela está bem”, disse a mãe com os olhos marejados.
A doença, quando descoberta, estava em estado avançado. Um procedimento cirúrgico foi realizado de forma emergencial. Hoje, a menina faz tratamento uma vez por mês para ter o quadro de saúde totalmente estabilizado. “Estou orgulhosa dela. Está se recuperando bem e me dando esse presente”, comentou Eleni.
Andressa, ao lado de outras nove meninas que fazem tratamento no Ambulatório Hematopediátrico do Hospital das Clínica, em Curitiba, participou de uma apresentação de balé nesta terça-feira (03), em homenagem ao Dia das Mães. O evento faz parte de um trabalho de oficinas realizado pelo projeto CriArte. Adriana Becker também não conteve as lágrimas ao abraçar a filha Rafaela logo após a apresentação. “Passou pela cabeça toda a história que enfrentamos juntas”, contou.
Aos seis anos, Rafaela trata há três anos e meio da doença púrpura trombocitopénica idiopática (PTI), caracterizada por uma baixa de plaquetas, que são células produzidas na medula óssea e ligadas ao processo de coagulação inicial do sangue. “Uma vez por semana ela vem aqui para fazer o tratamento. Ver ela dançando me emocionou muito”, disse a mãe.
Os ensaios para a grande apresentação desta terça começaram no dia primeiro de março. Uma vez por semana, professores voluntários do projeto desenvolvem diferentes atividades. Entre as oficinas estão além do balé, ginástica rítmica, desenho, pintura, teatro e artesanato.
De acordo com a assistente social Ielsa Tramujas, idealizadora do projeto, o objetivo é que tirar o foco das crianças apenas na doença. “Uma atividade dessas estimula as crianças, dá um novo ânimo a elas e aos familiares. Elas até chegam mais felizes para o tratamento. Elas ficam com outro brilho nos olhos”, ressaltou.
Ielsa ainda destaca que pretende conseguir parcerias para novas oficinas, como o de música e capoeira. “A ideia é fazer com que mais pacientes possam participar desse tipo de atividade”, afirmou.
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