As autoridades de saúde de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do estado, estão em alerta sobre um possível aumento no número de casos de meningite na cidade. Nos primeiros três meses de 2006, foram registrados 14 casos, número que está dentro da média histórica (foram 57 registros em 2005), mas a quantidade de casos aumenta à medida que as temperaturas caem. "Se continuar nessa velocidade, vamos superar os números do ano passado", constata a gerente da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Lídia Zarpellon. Em 2006, três pessoas já morreram, vítimas do tipo bacteriano da doença: uma mulher de meia idade e duas crianças, de um e de dois anos. Só nesta semana, foram confirmados outros três casos da doença em crianças.
Lídia destaca que há notificações durante todo o ano, mas a preocupação é maior no outono e no inverno porque a falta de circulação de ar acaba aumentando os riscos de contágio. Com o frio, a tendência a fechar os ambientes resulta em perigo de contaminação não só de meningite, mas de outras doenças como a gripe e a tuberculose. Uma ventilação mínima já é suficiente para renovar o ar e o costume de fechar todas as janelas de casa à noite, reabrindo-as somente na manhã seguinte, é extremamente prejudicial. "As pessoas ficam ali mais de oito horas com o mesmo ar. Deixar uma ventarolinha aberta já ajuda", recomenda.
A doença incide com mais freqüência em crianças, idosos e doentes porque a baixa imunidade colabora no agravamento do quadro. A médica enfatiza que não é possível falar em surto, que só seria caracterizado se as pessoas contaminadas convivessem num mesmo local ou tivessem tido contato entre si. Os principais sintomas da doença são febre alta, forte dor de cabeça, vômito, dificuldade de movimentar o pescoço e, às vezes, presença de manchas vermelhas na pele. A transmissão pode ocorrer por meio da fala, tosse e espirros. A automedicação é um perigo porque pode disfarçar os sintomas e atrasar o diagnóstico. Os sintomas podem não ocorrer simultaneamente e o período de incubação (entre o contato com o agente e o desenvolvimento da doença) é de três a dez dias.
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