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MP investiga desaparecimento do prontuário em Foz do Iguaçu

Os pais de um menino de 3 anos tentam saber a causa da morte do filho em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. O prontuário de atendimento da criança sumiu dos arquivos de um Pronto Atendimento e o caso foi parar no Ministério Público do Paraná (MP-PR).

O menino morreu no colo do pai há 16 dias enquanto aguardava uma resposta dos médicos depois de dois atendimentos.

A criança tinha síndrome de crouzon, que afeta o desenvolvimento dos ossos do crânio, mas foi levado para o Pronto Atendimento Municipal do Morumbi, em Foz do Iguaçu, porque estava resfriado e com falta de ar.

"Não tinha enfermeira nem médico por perto. Deixaram a gente numa salinha, sozinhos", contou a mãe do garoto, relembrando o que aconteceu depois dos atendimentos.

Segundo ela, o menino começou a gritar e desmaiou no colo do pai. "Meu marido começou a gritar por socorro, mas não deu mais tempo", lamentou a mulher.

O menino teria sido atendido primeiramente por um clínico geral, liberado, e depois encaminhado para um pediatra. No entanto, todos os registros de atendimento da criança sumiram do Pronto Atendimento Municipal. "Infelizmente, desapareceu o prontuário da criança", teria dito um funcionário aos pais.

A certidão de óbito não traz a causa da morte. Os pais procuraram o Conselho Municipal de Saúde e o Ministério Público.

"As hipóteses seriam: o extravio temporário, ou seja, alguém tirou esse documento dos arquivos e ele estaria extraviado internamente; a segunda seria sabotagem, alguém que sumiu com o documento para culpar uma terceira pessoa; e a terceira seria alguém tentando acobertar a falha de um médico ou de um enfermeiro", explicou Ricardo Foster, presidente do Conselho Municipal de Saúde.

O secretário municipal de Saúde, Luiz Fernando Zarpelon, não quis dar entrevista sobre o assunto. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu informou que foi aberta uma sindicância para apurar o que aconteceu com esse documento. O órgão disse ainda não acreditar que a morte do menino esteja relacionada ao atendimento e que os médicos e enfermeiros que atenderam Diego preencheram os prontuários.

De acordo com o secretário de saúde, o prontuário pode ter sido extraviado. Os médicos e os enfermeiros que atenderam a criança fizeram um relatório detalhado de todos os procedimentos adotados, segundo Zarpelon.

Por lei, a família tem direito de ver o prontuário para saber quais medicamentos foram aplicados e quais procedimentos foram tomados.

"Não vou trazer meu filho de volta, mas se eu puder evitar que outras pessoas morram na fila do SUS (Sistema Único de Saúde), eu vou", disse a mãe.

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