Criar um filho pode deixar de ser um sonho e se tornar uma realidade para o menor casal do mundo, Douglas Maister Breger da Silva, 37 anos, e Cláudia Pereira Rocha da Silva, 34 anos. Casados há 9 anos, os dois passam por acompanhamento genético há pouco mais de três anos pelo Serviço de Genética Médica, do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba.
Após serem submetidos a uma série de exames, a descoberta da possibilidade de gerar um filho trouxe esperança ao casal. Tanto que Douglas já planeja até mesmo como deve ser a gestação. "A estrutura dela dá para suportar um filho de até 2 quilos e fazer cesariana no sétimo mês."
O casal tem apenas três centímetros de altura de diferença Claudia mede 92,5 centímetros, Douglas mede 89,5 centímetros. Mas o médico que acompanha os dois há pouco mais de três anos, o geneticista Rui Fernando Piloto, faz ressalvas. "Do ponto de vista anatômico, ainda é prematuro dizer que ela possa gerar uma criança, embora os dois possam ser férteis", diz.
Piloto explica que o acompanhamento do casal é feito gratuitamente pelo HC e tem o objetivo de esclarecer o diagnóstico da forma e causa de nanismo dos dois. "É importante para que possamos enunciar o risco genético para futuras gestações", afirma. O médico ainda adianta que é provável que os dois tenham o mesmo tipo de nanismo, por serem muito parecidos e pelo fato de terem pais com estaturas normais.
As diferenças entre o casal não estão só no tamanho, mas também nos planos para o bebê. "Ela prefere que o filho seja pequeno, porque é mais fácil de cuidar. Para mim tanto faz", diz Douglas. De acordo com ele, há 25% de chances da criança desenvolver nanismo e 75% de nascer com estatura normal.
Mas antes, Douglas ressalta que é necessário colocar as finanças em ordem. Ele é artista gráfico autônomo, Cláudia está desempregada e os dois moram numa casa emprestada pelo ex-chefe de Douglas, no Capão Raso. "Ela foi para a casa da mãe, no Rio Grande do Sul, ver a possibilidade de irmos viver lá", diz.
Douglas diz que não há um prazo decretado para que os dois saiam do atual imóvel, que possui uma série de adaptações. Uma escada de dois degraus e rodinhas auxilia no alcance da pia da cozinha, que possui um frigobar no lugar de uma geladeira e um fogão embutido, que teve os pés retirados. Para as refeições, uma mesa escolar e banquinhos. No chuveiro, um balde auxilia no alcance do registro. Mas nem tudo é adaptado, como o sofá e a cama.
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