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Carnaval

Menor escola de samba do mundo desfila no sábado em Curitiba

Ensaio da Unidos do Botão: Niemeyer será homenageado | Prefeitura/ Divulgação
Ensaio da Unidos do Botão: Niemeyer será homenageado (Foto: Prefeitura/ Divulgação)

Curitiba recebe, no início da tarde de sábado (3), um "pequeno" evento do carnaval: o desfile da menor escola (ou "ex-cola", como querem os organizadores) de samba do mundo. Diminuta em tamanho, gigante em criatividade, a Unidos do Botão promete pôr a Boca Maldita para sambar, em uma singela homenagem ao grande arquiteto (sem trocadilhos) Oscar Niemeyer.

O desfile começa ao meio-dia, partindo da Avenida Luiz Xavier (a menor de Curitiba). O artista plástico, miniaturista e um dos fundadores da Botão, Hélio Leites, recomenda pontualidade. "Nosso desfile só dura quinze minutos. Quem chegar a atrasado, pode perder a festa", alertou. De acordo com o convite publicado na internet, haverá "quinze minutos de tolerância e meia hora de ignorância".

O "desfile miniatura" contará com pelo menos seis mini-carros-alegóricos, que terão como tema a vida e obra de Niemeyer. "Afinal, o desfile é pequeno, mas tem enredo, como manda o figurino", ressalta Leites. A irreverência promete estar pulsante em cada detalhe. O carro desenvolvido por Leites, por exemplo, retrata o Congresso Nacional. Na miniatura, as cúpulas invertidas foram substituídas por penicos.

"Niemeyer foi um profeta. Ele sabia que ia ter tanta merda em Brasília, que projetou dois ‘penicões’ no Congresso", emendou o artista plástico.

Apesar de miúda, a Unidos do Botão já recebe participações de outros estados. Um dos mini-carros é assinado pela artista Mônica "Solenta", radicada em São Paulo. Trata-se de uma réplica em miniatura do Edifício Copan, na capital paulista. Feita com copos plásticos, a alegoria já ganhou um apelido: "Edifício Copão".

Assinado pelo duo Bico Doce, o samba-enredo é um colosso em tiradas. "Vamos abrir o olho, conhecer o seu Oscar. Não foi só um comunista, foi um arquiteto de lascar", convidam os versos iniciais. A escola (ex-cola) conta com tudo que uma grande agremiação tem direito: porta-bandeira, madrinha da bateria, carnavalesca. Apesar disso, Leites ainda não sabe qual será o tamanho do desfile. "Geralmente, saímos em oito pessoas, mas em tempos de web a gente nunca sabe", afirma.

A Unidos do Botão pode ser mirrada, mas já tem uma história de fazer inveja: são 22 anos de avenida. A idéia surgiu a partir da calmaria curitibana em vésperas da Festa de Momo. "Morando em Curitiba, a gente fica com uma inveja das outras cidades. A gente vê pela tevê as pessoas se esbaldando em Salvador, no Rio de Janeiro e até em São Paulo. A gente tentou se inserir minimamente naquilo", conta o fundador da mini-agremiação.

Para a apresentação deste sábado, a Unidos do Botão convida: quem quiser fazer o desfile crescer, é só chegar. Os foliões também podem aumentar o escola, trazendo seus próprios carros alegóricos.

Ouça o samba-enredo da Unidos do Botão

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