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Notícias ao redor do mundo indicam que a circulação de carros por toda a cidade está com os dias contados. Em cidades consolidadas da Europa, ou em rápido crescimento na China, há cada vez mais restrições para o uso de automóveis nos centros urbanos.

Carros particulares definiram nossa relação com a cidade a tal ponto que, mesmo jornalistas que trabalham com assuntos urbanos, dizem que prefeitos estão “fechando” as ruas para os carros – quando, na verdade, as estão abrindo aos pedestres, ciclistas, skatistas, pessoas com mobilidade reduzida. Esse é o caso recente de São Paulo, entre outros exemplos, que abrem os espaços das ruas para todos. Outra forma de restrição da circulação de carros é a cobrança do pedágio urbano, como o implantado em Londres em 2003.

Atualmente, o movimento que cresce é o da total proibição de carros. Claro que ela vem acompanhada de alternativas. No caso de Hamburgo, na Alemanha, ciclovias serão criadas nas regiões que passarão a ter tráfego de automóveis impedido.

Em Helsinque, Finlândia, além do objetivo ousado de acabar com os automóveis em dez anos, o transporte público está recebendo melhorias capazes de atender à nova demanda de usuários. Milão, na Itália, tem oferecido aos seus munícipes vale-transporte que permite a utilização da rede pública gratuitamente.

Em Curitiba parece que algumas formas de restrição à circulação de carros também estão em planejamento. Excelente, pensam os que possuem certo apreço pela mobilidade urbana. Excelente, depois de anos em que a prefeitura investiu em cortar praças e tentar, por várias vezes, acabar com alguns dos jardins para aumentar o tráfego de carros.

Agora, resta saber se tal qual tem ocorrido no caso alemão, finlandês e italiano, aqui a medida proibitiva também virá acompanhada de investimentos no setor de transportes públicos e não motorizados.

É fundamental que sejam pensados e implementados diferentes modais organizados de forma integrada e que sejam ampliadas as redes e traçados de ônibus e bicicletas, para que a demanda de usuários atual e projetada seja atendida.

Fabio Duarte, arquiteto e urbanista, é professor do programa de pós-graduação em Gestão Urbana da PUCPR.

Débora Follador, arquiteta e urbanista, é doutoranda no programa de pós-graduação em Gestão Urbana da PUCPR.

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