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São Paulo – Importantes políticos do PT atingidos pelas denúncias de corrupção que afetaram a legenda e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram homologados como candidatos do partido a deputado federal por São Paulo, durante a convenção regional, realizada ontem no Palácio das Convenções do Parque Anhembi.

A lista de candidatos inclui o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o ex-deputado e ex-presidente da agremiação partidária José Genoíno e o ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, que se candidatará à reeleição, depois ter sido absolvido em plenário em processo de cassação motivado pelo seu envolvimento no chamado escândalo do mensalão.

O presidente estadual do PT, Paulo Frateschi, informou que Palocci ainda deverá confirmar, até o próximo dia 30, sua intenção de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Mas, segundo ele, o ex-ministro autorizou a inclusão de seu nome na lista de candidatos, com a ressalva de que precisava de mais tempo para confirmar sua participação na disputa. Palocci não compareceu à convenção, ao contrário de Genoíno que marcou presença, mas evitou dar entrevistas em sua chegada. "Se ele desistir, a gente não registra a candidatura", disse Paulo Frateschi.

Ao todo, são 58 postulantes à Câmara dos Deputados e 118 à Assembléia Legislativa. Outro deputado federal acusado de envolvimento no mensalão e igualmente absolvido pela Câmara é o deputado José Mentor, homologado para disputar a reeleição.

Também absolvido, o professor Luizinho é mais um deputado que buscará a reeleição, assim como a deputada Ângela Guadagnin, ex-integrante da Comissão de Ética que protagonizou a chamada "dança da pizza" ao comemorar a absolvição de João Paulo Cunha. "Aquele episódio acabou levando meu nome para outras regiões do estado", declarou a deputada.

Da atual bancada petista no Legislativo federal, também vão disputar a reeleição os deputados Ricardo Berzoini, presidente nacional do partido, José Eduardo Martins Cardozo, Arlindo Chinaglia, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. Entre os candidatos a deputado estadual, está a militante do MST na região do Pontal do Paranapanema, Diolinda Alves, mulher do líder José Rainha. Paulo Rocha – que renunciou antes da cassação –, Josias Gomes e João Magno, que sacaram das contas de Marcos Valério, serão candidatos no Pará, na Bahia e em Minas.

No auge da crise, o atual ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que na época presidia interinamente o PT, afirmou que o partido não daria legenda aos deputados que sacaram dinheiro das contas do valerioduto. Mas, segundo o senador Aloízio Mercadante, homologado como candidato do PT ao governo de São Paulo nas eleições de outubro, o partido acertou ao dar a legenda e permitir que os acusados se expliquem à população.

"Os erros foram graves, as críticas foram implacáveis. Ao dar a legenda, o partido está dando oportunidade de eles se defenderem, discutirem com a opinião pública o que aconteceu. O povo vai julgar comparando os erros e a biografia de cada um", afirmou.

O senador Eduardo Suplicy, que teve homologada sua candidatura à reeleição, procurou justificar seu comportamento no Congresso, afirmando que, embora suas declarações e atitudes às vezes sejam vistas com preocupação pelos petistas, ele se dirige ao partido e explica que suas posições são compatíveis com "os pilares históricos" do PT. Ele argumentou que defende sempre a busca de um diálogo de alto nível entre Executivo e Legislativo e elogiou o PT por ter realizado prévias para a disputa do governo de São Paulo. Para Suplicy, com isso o PT deu uma demonstração de democracia.

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