São Paulo O senador do PT Aloízio Mercadante rebateu ontem as acusações de que haveria um dossiê envolvendo-o com o esquema dos sanguessugas. O senador acusou o empresário Abel Pereira de querer tirar do PSDB o foco das investigações. Mercadante disse, em nota enviada à imprensa, que a afirmação é "inverídica e caluniosa". Ele reiterou que não teve nenhuma emenda destinada ao esquema, e classificou o depoimento de Pereira de "factóide".
Além de negar participação, ele ainda remeteu o caso ao governo anterior: "O esquema foi gestado e teve 70% das liberações de ambulâncias superfaturadas executadas no Ministério da Saúde do governo anterior, com o qual Abel Pereira tinha íntimas relações."
O senador também alega que o depoimento do empresário tem " o objetivo de desviar a atenção das investigações sobre o Esquema Sanguessuga, comprovadamente gestado na administração federal do governo anterior". Integrantes da base aliada do governo também reagiram às acusações do empresário. O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que Abel está envolvido "até a raiz do cabelo" na máfia das ambulâncias e aproveitou o depoimento à Polícia Federal para tentar escapar das acusações. "Esse é um dos exemplos de procedimento político-eleitoral", criticou. O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), também acusou o empresário de tentar tirar o PSDB do foco das investigações. "Setenta por cento das ambulâncias envolvidas nas fraudes foram entregues pelo PSDB e o PFL", afirmou.