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Curitiba – A aprovação da resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que permite aos médicos suspender procedimentos e tratamentos que prolongam artificialmente a vida de doentes terminais e incuráveis, promete abrir um debate na sociedade brasileira.

Mesmo com a resolução do CFM sobre a ortotanásia, a legislação brasileira proíbe que os médicos desliguem os equipamentos de pacientes terminais. É considerado homicídio. "A definição (do CFM) dá um respaldo ético aos médicos. O grande mérito da resolução é abrir um debate nacional, mas a definição é da sociedade", lembra Luciano Machado, chefe da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Cajuru, em Curitiba.

Para o médico, em alguns casos, seria mais digno transferir o paciente terminal para uma unidade de cuidados paliativos, na qual ele teria um acompanhamento alimentar e as dores controladas, do que mantê-lo numa UTI. Nessa unidade, segundo Machado, a família teria acesso fácil. Numa UTI, o acesso é restrito. "É imprescindível que a família esteja de acordo e entenda que na perspectiva de uma morte inevitável, o paciente terá uma morte mais digna se estiver num quarto cercado por familiares", afirmou Machado.

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