A chuva que atingiu a região metropolitana de São Paulo nesta segunda-feira (4) não foi suficiente para elevar o armazenamento de água do sistema Cantareira. Já os sistemas Alto Tietê e Rio Claro conseguiram ampliar o volume de água armazenado.
Segundo balanço da Sabesp divulgado nesta terça-feira (5), o Cantareira opera com 15,3% de sua capacidade pelo terceiro dia consecutivo. Nos primeiros dias deste mês, o manancial acumula 4,5 mm de água -o que equivale a 5,75% do volume esperado para maio (78,2 mm).
O sistema abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.
O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).
Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Essa é uma das três metodologias que a Sabesp usa atualmente para divulgar o volume do reservatório.
A conta de água ficará 15% mais alta em São Paulo. A Sabesp poderá aplicar o reajuste após o aval da Arsesp, agência reguladora de saneamento. Ele vigorará 30 dias após a publicação no “Diário Oficial” do Estado.
A porcentagem está abaixa da pedida pela empresa do governo Alckmin (PSDB), 22,7%, mas bem acima da inflação de 4,63% desde o aumento anterior, em dezembro de 2014.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) adiou mais uma vez a data prevista de entrega da principal obra para evitar um rodízio de água na Grande São Paulo em 2015.
A ligação entre o sistema Rio Grande (braço limpo da represa Billings) com o manancial do Alto Tietê estava inicialmente prevista para entrar em operação parcial já neste mês, conforme promessa de fevereiro do tucano. Contudo, Alckmin estimou nesta segunda (4) a inauguração para setembro.
Quando concluída, a obra contará com 11 km de novas adutoras e levará 4.000 litros de água por segundo de um sistema para o outro. Esse volume extra de água dará ao Alto Tietê, no extremo leste da Grande SP, um fôlego suficiente para ceder parte de sua água para o sistema Cantareira, o maior da região metropolitana e hoje em situação mais crítica.
Além do Cantareira, o reservatório de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, também se manteve estável e opera com 65,3% de sua capacidade.
As chuvas desta segunda ampliaram o armazenamento de água dos sistemas Alto Tietê e Rio Claro. O nível do sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,5% de sua capacidade após avançar 0,1 ponto percentual em relação a medição anterior.
No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
Já o de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, avançou 0,5 ponto percentual e opera com 51,2% de capacidade. O sistema foi o que mais acumulou água nos primeiras dias deste maio: 33,4 mm de água -quase 25% do volume esperado para o mês (133,9 mm).
O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 81,2% de capacidade após recuar 0,2 ponto percentual. Já o Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, recuou 0,1 ponto percentual e opera nesta terça com 95% de capacidade.
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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