Se os 7 mil presos fosse retirados hoje das delegacias de polícia, ainda haveria mais detentos do que vagas. Segundo o Ministério da Justiça, 15,3 mil detentos estão espalhados nas 7,1 mil vagas das delegacias. Com a possível retirada, o número de detentos ainda seria superior à capacidade do Paraná. Ou seja, mesmo que ninguém fosse preso nos próximos quatro anos, a capacidade de abrigar novos presos seria excedida. A secretária de Justiça Maria Tereza Uille Gomes diz que somente um diagnóstico completo poderá dizer se a meta está dentro das necessidades estaduais.
A promotora de Justiça do Centro de Apoio às Promotorias Criminal, Júri e Execução Penal, Maria Espéria Costa Moura diz que 7 mil é o número mínimo que precisa ser retirado das delegacias. "Desde o ano passado há um projeto do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público para se erradicar a permanência de presos em delegacias", diz.
O foco, na opinião de Maria Espéria Costa Moura, deveria ser o desenvolvimento de políticas públicas, como investimento em educação e ressocialização. Muitas vezes, as pessoas saem semi analfabetas dos presídios e cadeias. "Acabam se tornando massa de manobra na mão do crime organizado", diz a promotora. A Seju promete investir na erradicação do analfabetismo nas penitenciárias nesta gestão a intenção é oferecer qualificação nos projetos para o regime semi-aberto.