Em lados diferentes nas trincheiras da Assembleia Legislativa, os deputados Tadeu Veneri (PT) e Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) concordam em um ponto: a ação da polícia no dia 29 de abril de 2015 foi excessiva. O entendimento deles, no entanto, é diferente do apresentado pelo promotor Misael Pimenta no parecer em que ele pede o arquivamento do inquérito policial militar que apura se houve uso desproporcional da força pelos agentes de segurança no episódio conhecido como “Batalha do Centro Cívico”.
No documento, o promotor coloca que a ação foi exitosa e afirma que os líderes da manifestação tinham propósitos “genuinamente de facções radicais”. Para Veneri, o parecer de Pimenta só reforça uma suposta estratégia do governo do estado de tentar jogar para os manifestante a culpa do que aconteceu no dia 29 de abril. Na ocasião, cerca de 200 pessoas ficaram feridas, a maior parte delas manifestantes.
“Passar a responsabilidade para quem foi agredido é uma tentativa de mudar a narrativa do conflito. Mas quem estava lá sabe que aconteceu. O que se viu é que não foram utilizados procedimentos mínimos para controle de multidão. Apenas se liberou a tropa para usar indiscriminadamente balas de borracha e bombas de gás”, comenta o parlamentar.
Líder do governo na Assembleia, Romanelli é mais cauteloso, mas também diz entender que “houve uma radicalização e um excesso do uso da força depois de contidos os grupos que tentavam furar o bloqueio”, diz. Ele, no entanto, evita fazer críticas ao parecer de Pimenta. “com certeza, ele analisou em profundidade a questão e os fatos ocorridos no dia. Mas que o episódio em si é lamentável, isso é”, diz.
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