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A área que já foi o maior latifúndio do Sul do Brasil, com 82,6 mil hectares – equivalente a duas vezes o tamanho de Curitiba –, hoje leva o título de maior desmatamento do Paraná. De 1996 a 2002, 10 mil hectares já haviam sido derrubados, tirando uma porção verde do mapa do estado. Essa situação foi a principal responsável por colocar o Paraná na posição de campeão nacional de devastação da Mata Atlântica naquela época – com uma taxa localizada de desmate quatro vezes maior que a registrada na Floresta Amazônica. Agora, o cenário se repete. Estimativas da Operação Tolerância Zero apontam que a metade da cobertura florestal que existia no assentamento Celso Furtado, que ficou com 23 mil hectares no desmembramento da fazenda, desapareceu em menos de um ano.

O conflito ainda é intenso na área. Na divisão dos lotes – em 2004, no momento da transição de acampamento para assentamento –, 300 famílias que estavam no local não foram beneficiadas. Muitas não deixaram a área e várias vezes invadiam as áreas de preservação ambiental ou de reserva legal. Sem terra para todas, elas disputavam entre elas, em algumas situações recorrendo à força. Até dias atrás, 10 famílias ainda estavam infiltradas no assentamento, essencialmente cortando madeira. Ontem, ne­­nhuma foi localizada.

Só em 2009, 70 caminhões carregados com madeira cortada ilegalmente foram interceptados saindo do assentamento. "Chega a sair daqui 50 caminhões numa só noite", conta um assentado que preferiu não ser identificado. Ontem, com a operação a pleno vapor, caminhões carregados ainda circulavam com madeira pelo assentamento, situação que causou desgosto para o coordenador de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, que apontou o desmatamento gigante na área em 2004 e esperava que o ritmo de derrubada tivesse desacelerado.

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