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Pesquisa

A pesquisa Pfizer/Ibope foi realizada para identificar o perfil da dor no Brasil, apontando o comportamento do brasileiro diante do problema. Realizado em nove regiões metropolitanas, o estudo mostra pensamentos, atitudes e conhecimentos da população sobre o assunto. Foram entrevistadas 1,4 mil pessoas em Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília. Estas são algumas conclusões:

64% dos entrevistados já sentiram dores nas costas

92% já tiveram dores de cabeça

51% tiveram alguma dor na semana anterior à pesquisa

42% costumam buscar ajuda marcando consulta

66% buscam ajuda quando a dor é desconhecida

69% só vão ao médico quando a dor é moderada ou intensa

43% das pessoas perdem o sono por causa das dores nas costas

42% têm a atividade profissional prejudicada por causa das dores nas costas

Pelo menos metade dos brasileiros sofre de algum tipo de dor. O resultado é de uma pesquisa feita com 1,4 mil pessoas em nove capitais brasileiras, entre elas Curitiba. O estudo revelou que as dores de cabeça e as dores nas costas são as que mais incomodam a população. As cefaleias foram as mais citadas: 92% dos entrevistados já tiveram dor de cabeça em algum momento da vida. Em seguida vem as lombalgias, apontadas por 64% dos participantes. A pesquisa Dor no Brasil foi realizada pela Pfizer e ouviu moradores de Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.

Embora as dores de cabeça sejam as mais lembradas, as consideradas mais incômodas são as dores nas costas. Elas foram citadas por 53% dos entrevistados. Para 56%, elas são também as mais graves. Como a grande vilã, a dor nas costas acumula ainda o título de mais prejudicial à atividade profissional para 42% dos brasileiros, e tira o sono de 43% das pessoas, perdendo apenas para a cólica renal (44%). Além disso, para 69% dos brasileiros, a dor na coluna pode ser considerada crônica, ou seja, ocorre há mais de um ano.

Para o presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), o médico anestesiologista Onofre Alves Neto, as dores nas costas costumam ser as mais prevalentes por diversas razões, entre elas as longas jornadas de trabalho, em que as pessoas costuma ficar horas com os músculos das costas contraídos. Além disso, alterações genéticas e falta de exercícios físicos regulares também são fatores que contribuem para a ocorrência das dores.

"Toda dor deve ser avaliada por um médico, sempre à procura de uma causa que possa ser eliminada. A dificuldade, no caso da dor das costas, é que muito frequentemente não se encontra uma alteração que possa explicá-la, principalmente pela falta de especificidade dos exames que dispomos hoje em dia", afirma. Segundo ele, a dor nas costas de forma crônica impacta nas atividades laborais e na qualidade de vida. "Essas dores fazem com que algumas pessoas tenham necessidade constante de se ausentar do trabalho ou até mesmo se aposentar precocemente", comenta.

Automedicação

Apesar de reconhecer a dor como um problema, a maior parte das pessoas (69%) só procura um médico quando ela já está em um nível de moderado a intenso. A pesquisa mostrou que quando se trata de uma dor reincidente, as pessoas não costumam procurar ajuda. Quando é desconhecida, no entanto, o quadro muda. Nesses casos, 66% decidem recorrer a alguém, principalmente marcando uma consulta. Para Onofre, esse comportamento tem origem cultural e educacional.

"O acesso ao atendimento médico, especialmente o atendimento especializado como no caso da dor crônica, é muito limitado e restrito. Com isto, as pessoas tendem a só procurar o médico depois de tentar, por si só, inúmeros meios de aliviar a dor", afirma. A consequência da demora em procurar atendimento está no agravamento do problema. "Nosso cérebro tem a capacidade de se alterar, de se adaptar, através de um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. Uma dor não bem tratada, pode tornar-se crônica a partir de uma alteração do sistema nervoso central, que começa a interpretar a dor como contínua e persistente", explica.

A automedicação também só agrava o problema. "O que acontece é que a pessoa consegue ir tratando o sintoma, mas não a causa. Analgésicos e anti-inflamatórios tomados por conta própria mascaram o problema e podem agravar o quadro, tornando o tratamento mais difícil", alerta a médica fisiatra responsável pelo Grupo de Dor do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo, Lin Tchia Yeng.

Não tratada, uma dor crônica pode levar ainda a outros problemas. É comum que pacientes, devido ao sofrimento e ao sentimento de inutilidade, nos casos de afastamento, acabem desenvolvendo quadros depressivos. Segundo Lin, toda dor deve ser investigada para que se possa identificar a causa e tratá-la. "às vezes a origem das dores nas costas está na má postura ao dormir, no tipo do colchão", exemplifica.

Prevenção

Sabe-se que as dores crônicas estão ligadas a componentes genéticos. Portanto, quem tem histórico familiar deve se preocupar ainda mais com a prevenção. Fazer exercícios físicos regularmente é a melhor forma de espantar as dores. "Pessoas que realizam exercícios têm um nível aumentado de um hormônio chamado endorfina, que atua como um analgésico orgânico. Por isso, atletas e pessoas bem condicionadas fisicamente toleram muito mais dor do que pessoas que não praticam esportes", explica.

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