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Transporte

Metrô curitibano não terá subsídio na tarifa

O trecho inicial do metrô curitibano será elevado. Veja a sua localização |
O trecho inicial do metrô curitibano será elevado. Veja a sua localização (Foto: )
Terreno que vai receber o pátio de manobras do metrô e a estação CIC Sul, na Cidade Industrial: prefeitura já negocia compra |

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Terreno que vai receber o pátio de manobras do metrô e a estação CIC Sul, na Cidade Industrial: prefeitura já negocia compra

O metrô de Curitiba não será subsidiado pela prefeitura. Quem garante é o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida. Na maior parte das cidades da Europa e nos trens de São Paulo, as administrações municipais auxiliam financeiramente a operação do sistema para manter a passagem acessível.Segundo ele, o curitibano vai pagar a mesma tarifa para usar o ônibus ou o metrô, havendo integração física entre os modais. Em Brasília, São Paulo e Rio de Janei­­ro, há diferenças no valor da passagem do metrô e do ônibus, com custos adicionais quando há integração entre modais.

Almeida afirma ser impossível cravar qual será o valor da passagem em 2016, quando o metrô entrará em operação. Contudo, nas simulações realizadas até o momento, ele diz que o sistema pode se manter sozinho, sem a necessidade de apoio financeiro. "Chegamos à conclusão de que é perfeitamente viável manter uma tarifa única sem subsídios, mesmo com a presença do metrô", explica.

Dois argumentos são usados para destrinchar o raciocínio. O primeiro deles é o possível aumento da demanda: de 320 mil passageiros diários para 400 mil no trajeto percorrido pelo metrô. "O número é conservador", diz Almeida. O outro fator é o chamado "subsídio cruzado", que consiste em planejar o sistema de uma forma que o lucro das linhas mais usadas cubra o prejuízo das menos procuradas. "Isso já acontece em Curitiba. Cada linha usa um ônibus com um custo, que é rateado pelo sistema", afirma.

Prejuízo

Embora possa parecer simples encontrar o equilíbrio econômico, o sistema de transporte coletivo da capital opera hoje no prejuízo. De acordo com a Urbs, o valor da tarifa técnica (custo operacional real) é de R$ 2,55. "O valor de manutenção do metrô é de R$ 199 milhões por ano. O mesmo trajeto do expresso sai por cerca de R$ 50 milhões por ano", diz o arquiteto e engenheiro civil Lubomir Ficinski Dunin, ex-diretor de transportes da Urbs. "Quem vai pagar a diferença vai ser a população, seja na tarifa ou por meio de s ubsídios."

O professor do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná Garrone Reck afirma que a tendência é o metrô elevar o custo da passagem do ônibus se não houver cobranças distintas. "O valor vai depender de uma série de fatores, como o número de pessoas que trocam o automóvel pelo metrô ou o trajeto percorrido", explica. "Mas manter o valor igual pode equilibrar a conta com o aumento de usuários, trazendo benefício duplo para a cidade, pois vai tirar carros das ruas", diz.

Conforme Reck, existem modelos diversificados para não deixar a tarifa chegar a um valor elevado, como a cobrança maior quando houver integração. "Quem fizer deslocamento maior, paga a passagem mais cara", afirma. No anúncio oficial do metrô de Curitiba, o próprio Ministro das Cidades, Mário Negromonte, admite que só a criação de inúmeras vantagens vai fazer com que as pessoas troquem o carro pelo transporte coletivo. "Nós podemos levar o público ao transporte de massa, desde que seja rápido, seguro, confortável e com tarifa acessível".

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