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Mobilidade

Metrô já possui pesquisa de demanda

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Diferentemente do que foi apontado pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), o edital do metrô de Curitiba já possui uma projeção de demanda futura – que contou inclusive com uma pesquisa de origem e destino com passageiros do eixo norte-sul da cidade. No fim do mês passado, dois dias antes da abertura dos envelopes dos consórcios, o TCE-PR suspendeu a licitação do metrô alegando, entre outros pontos, que a prefeitura havia se precipitado por lançar um edital sem verificar a real demanda da linha.

De acordo com as projeções são esperados 360 mil passageiros por dia a partir do terceiro ano de operação do novo modal – 86 mil a mais do que os hoje transportados atualmente pelo sistema BRT. Essa demanda foi projetada a partir dos cálculos apresentados no Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), estudo realizado pela Triunfo Participações e Investimentos. Para chegar a ela, foi utilizado um modelo de quatro etapas no qual a pesquisa foi a primeira delas.

As entrevistas ocorreram na primeira quinzena de junho de 2013. Ao todo, foram ouvidos 9 mil passageiros de seis terminais do eixo norte-sul, dois centrais e uma estação-tubo. Essa pesquisa, entretanto, é menos completa do que aquela que a prefeitura pretende contratar até o fim do ano e cuja ausência foi citada pelo TCE-PR como um dos motivos para a suspensão do pleito.

Na nova pesquisa, a prefeitura de Curitiba pretende entrevistar 250 mil pessoas de 56 mil domicílios durante 18 meses. O objetivo é conseguir 16 mil domicílios válidos –2% das moradias dos 16 municípios da Grande Curitiba. O vencedor da licitação ainda terá de pesquisar a velocidade média em 30 rotas diferentes e realizar a contagem do tráfego em 850 pontos em três picos distintos. Todos os dados coletados alimentarão softwares que vão embasar futuras tomadas de decisão.

Ponto de partida

Para Valter Fanini, vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), a pesquisa de origem e destino é um ponto de partida para uma projeção de demanda mais segura, mas não é o único modelo aceitável. "A premissa da PMI é menos precisa, mas não deixa de ser válida. A questão é aqui é: posso parar e ficar mais quatro anos fazendo estudos ou tentar via PPP [Parceria Público-Privada] para dividir os riscos com a iniciativa privada."

Segundo engenheiro civil, a ausência de pesquisas de origem e destino não é exclusividade de Curitiba. "Apenas São Paulo vem renovando desde a década de 1960. Outros municípios brasileiros até já fizeram, mas não renovam". Essa ausência de pesquisas anteriores, inclusive, é utilizada por Fábio Scatolim, secretário municipal do Planejamento, como argumento para que o edital do metrô fosse lançado antes da conclusão do levantamento municipal. "Uma projeção precisa ser dinâmica, com pesquisas renovadas ao longo do tempo", argumenta.

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