O desembargador Mário Guimarães Neto, da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, determinou na terça-feira (15) que o Metrô do Rio indenize em R$ 150 mil o psicólogo Carlos Santiago pela morte de sua filha Gabriela Prado, há cinco anos, dentro de uma estação de metrô da zona norte do Rio. A menina foi baleada e morta durante um assalto à bilheteria que terminou com uma troca de tiros entre os assaltantes e um policial civil que entrava na estação. Gabriela tinha 14 anos e saía de casa sozinha pela primeira vez.
A morte da menina causou comoção na cidade e fez com que seus pais, Carlos e Cleyde Prado, criassem o movimento "Gabriela Sou da Paz", para coletar assinaturas na tentativa de alterar itens do Código Penal e lutar contra a impunidade. Cleyde morreu mês passado em conseqüência de um AVC (acidente vascular cerebral). "Não me senti bem em saber da decisão do desembargador, porque não há como comemorar o recebimento de dinheiro pela morte de um filho. Mas fica uma sensação de que, em parte, a Justiça está sendo feita. Esta decisão poderá servir de exemplo e forçar que órgãos públicos, bancos e concessionárias do Estado invistam em segurança", disse Carlos.
Em primeira instância, a juíza Mônica de Freitas Lima Quindere, da 5ª Vara Cível, julgou o pedido improcedente, em julho do ano passado. A família de Gabriela entrou com recurso e obteve desta vez vitória parcial - além do pedido de indenização, eles pediram também pensão que foi negada. A assessoria de imprensa do Metrô informou que vai se pronunciar sobre a decisão judicial apenas depois de ser notificada oficialmente. Ainda cabe recurso.
Os cinco homens que participaram do assalto à bilheteria da estação do metrô foram condenados, em junho deste ano, pela juíza Andréa Fortuna Teixeira, da 35ª Vara Criminal do Rio a penas que variam de 19 a 36 anos de reclusão.
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