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Metrópoles na contramão do país

Rio de Janeiro – As grandes regiões metropolitanas, com destaque para São Paulo, andaram na contramão das demais regiões do país nas melhorias dos indicadores econômicos e sociais brasileiros entre 1992 e 2004. "São como baleias encalhadas, retardando o desenvolvimento do Brasil", enfatiza o economista André Urani, diretor executivo do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), no Rio, que fez uma detalhada análise do desempenho das metrópoles nas Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) de 1992 a 2004.

As regiões metropolitanas incluem as maiores capitais brasileiras e municípios em suas respectivas áreas de influência, além de conglomerados urbanos, como, por exemplo, o de Campinas e o da Baixada Santista, em São Paulo.

Os indicadores das regiões metropolitanas são freqüentemente melhores do que os do resto do Brasil em termos absolutos, já que estas áreas estão entre as mais ricas do país.

No entanto, no período pesquisado (entre 1992 e 2004), enquanto o Brasil foi para a frente, os grandes conglomerados urbanos ficaram estagnados ou recuaram.

O número de pobres, por exemplo, caiu quase 10 pontos porcentuais no Brasil no período, de 40,8% para 31,7%.

Nas regiões metropolitanas, a queda foi muito menor (30,1% para 26,7%) e, em São Paulo, o número ficou quase estável (24,2% para 23,5%). Em termos da renda média do trabalho principal, o Brasil saiu de R$ 584,81 em 1992 para R$ 640,36 em 2004, alta de 9,5%. Nas regiões metropolitanas, o crescimento foi de apenas 1,2%, de R$ 868,16 para R$ 878,24. Em São Paulo, houve recuo de 3,1%, de R$ 1.035,97 para R$ 1.003,62.

Desempenho

Um dos dados mais impressionantes da análise é o que mostra que as regiões metropolitanas tiveram desempenho inverso ao do país na distribuição de renda de 1992 até 2004. No Brasil, o grupo que teve maior aumento de renda real no período foi o dos 10% mais pobres, com ganho de 62,9% no período. O menor foi o dos 10% mais ricos, com aumento real da renda média de 26,40%.

Nas regiões metropolitanas, aconteceu o inverso. O menor ganho real, de 10,11%, foi o dos 10% mais pobres. Já os 10% mais ricos tiveram o maior crescimento real de renda no período, de 22,69%.

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