A mãe de uma possível vítima do suspeito de abusar de crianças em Pindoretama, Região Metropolitana de Fortaleza, relatou nesta quarta-feira (24) que o filho passou a chegar em casa com dinheiro e bombons, alegando ter recebido do homem. "Eu comecei a observar o meu filho ficar chorão, agressivo", conta.
A mulher, que prefere não se identificar, diz que chegou a devolver o dinheiro ao homem e após insistência do suspeito em assediar o garoto, passou a observar a conduta do agricultor de 56 anos. "Eu disse que não precisava dar dinheiro ao meu filho e, mesmo assim ele insistiu", recorda.
A mulher afirma que o suspeito sempre estava rodeado de crianças. "Eu comecei a observá-lo, descendo do alto toda tarde com o bolso cheio de bombons, de moedinhas, e as crianças todas em volta dele. Algumas seguiam com ele para o barraco", afirma.
A mãe lembra que o agricultor montou uma banca em que vendia espeto de carne, pastéis e milho verde e não perdia a oportunidade de "presentear" as crianças com seus produtos. "Era todo aquele movimento com as crianças em volta dele", garante.
O filho teria relatado o que acontecia no barraco do suspeito. "Ele (menino) dizia que lá (o homem) dava refrigerante, pipoca, bombom e que tinha peças de crianças. Ele agradava às crianças. Mas meu menino não chegou tanto a ir lá", afirma a mãe.
Suspeito não é considerado loucoSuspeito de abusar de crianças em Pindoretama, um agricultor de 56 anos foi preso na terça-feira (23) no município de Juazeiro do Norte, no Sul do Ceará, após ficar 15 dias foragido. O homem prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (24) na delegacia municipal de Pindoretama. À polícia, disse que os atos pelos quais foi denunciado "não passam de brincadeira".
A delegada de Pindoretama, Ana Cristina Lima, disse que o suspeito assumiu alguns crimes e negou outros, mas não pode especificar quais porque o caso está sob segredo de Justiça. Adiantou, contudo, que o homem não é enquadrado como "louco". "Não é uma pessoa fora de suas faculdades mentais. Ele sabia o que estava fazendo e admitiu grande parte do que fez", declara.
Ana Cristina explica ainda que não pode concluir a quantidade de vítimas, pois o número pode ser ainda maior. "A partir da divulgação da prisão dele, mais crianças se sentiram à vontade para ter a liberdade de vir comentar, de seus pais procurarem o conselho tutelar e a delegacia", afirma. O número de vítimas registrado até o momento é de 19 crianças, entre cinco e 12 anos.
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