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São Paulo Fashion Week

Mexicanas colorem o parque

A Cavalera apresentou um verão leve e colorido, pontuado por peças de alfaiataria | Paulo Whitaker/Reuters
A Cavalera apresentou um verão leve e colorido, pontuado por peças de alfaiataria (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

Dia de sol vai bem com quê? A Cavalera, que abriu o terceiro dia da edição primavera-verão da São Paulo Fashion Week, aproveitou o tempo bom para sair do prédio da Bienal e levar plateia, fashionistas e afins para a beira do lago no Parque do Ibirapuera. A brincadeira foi o jeito para reforçar sua pegada jovem, sua alma roqueira, que acaba vendendo estilo de vida até mais do que roupa. A proposta foi levar o universo colorido da artista mexicana Frida Kahlo para a roupa do asfalto. Além do rosto da pintora estampado em camisetas, detalhes da sua indumentária característica foram aplicados na roupa e nos cabelos dos modelos. No mais, uma invasão de bandoleiros de preto e caveiras enfeitadas, tradicionais nas comemorações do Dia dos Mortos, no México.A Cavalera veio com um verão leve, colorido, pontuado por peças de alfaiataria – como calças bem cortadas, blazers e casaquetos –, mas cheio de sobreposições, peças montadas a partir de uma reunião de retalhos multicoloridos, transparências sobre peças bordadas com flores. Uma mistura de rock com a tradição mexicana, ao som de Janis Joplin. É moda jovem, fácil de ser assimilada, que combina perfeitamente com o jeans.

No segundo desfile externo do dia, a estilista Glória Coelho levou a um shopping da capital paulistana uma coleção que mistura psicodelia, astros, a silhueta sessentista (reta e geométrica) e alguns toques com a cara dos anos 70, como tecidos multicoloridos e calças boca de sino. O que fica é o trabalho cuidadoso no cou­­­ro, retalhado, aplicado em mo­­saicos e modelado, com cara e toque de verão. Destaque para a cartela de cores, que usou o bege como base e o misturou a tonalidades cítricas de amarelo, verde e laranja.

Falando em apuro técnico, vem de Curitiba um dos especialistas na arte de aplicar tecnologia na roupa. Jefferson Kulig veio para a SPFW com o tecido desenvolvido por ele em duas versões: uma emborrachada e outra jacquard (efeito de relevo). No desfile apresentado na terça-feira, ele resolveu "aquecer" seu trabalho de fortes traços científicos com as tradicionais e rústicas tramas de crochê. No mais, silhuetas largas, vestidos que acabavam na altura dos joelhos, volumes localizados e composição entre volumes contrastantes.

Ontem desfilaram ainda Mario Queiroz, Huis Clos, Osklen e Colcci – que trouxe o ator norte-americano Ashton Kutcher para desfilar e repetir o burburinho causado na edição passada quando ele veio acompanhado da esposa, a atriz Demi More. Para hoje, estão programados os desfiles de Paula Raia, Maria Bonita, Água de Coco, Priscila Darolt e Cia. Marítima.

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