A Polícia Civil confirmou nesta quarta-feira (16) que o corpo encontrado na tarde de terça na cabine de um caminhão soterrado, no sub-distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, é de Vando Maurílio dos Santos, de 37 anos, que trabalhava para uma prestadora de serviços da mineradora Samarco.
Foi a 17.ª morte confirmada na tragédia de 5 de novembro, quando mais de 60 milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos de minério avançaram sobre a região, chegando em seguida ao Rio Doce e à costa do Espírito Santo. Dois outros trabalhadores seguem desaparecidos: Edmirson José Pessoa, de 48 anos, e Ailton Martins dos Santos, de 55.
Nesta quarta, agentes da Polícia Federal vistoriaram as áreas atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, e recolheram amostras para investigação. Os policiais federais contaram com a ajuda dos bombeiros e sobrevoaram, de helicóptero, a região próxima à barragem, refazendo o caminho dos rejeitos.
A PF passou a investigar o caso, considerado de abrangência nacional, com a chegada da massa de lama e rejeitos ao Rio Doce e ao litoral capixaba.
Adiamento
O juiz substituto Frederico Esteves Gonçalves, da 2.ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais de Mariana, determinou a realização, no dia 23, de audiência de conciliação entre Ministério Público, Samarco, Vale e BHP Billiton. Na ocasião, representantes dos atingidos serão ouvidos, na tentativa de um acordo.
Em seu despacho, ele argumenta que vê bons indícios de entendimento entre as partes, e, por isso, não avaliará até então as liminares apresentadas.
Na véspera, a mineradora já havia conseguido agravo de instrumento parcial que adiou, em 30 dias, o prazo para quitação do valor de R$ 1 bilhão, acertado com o Ministério Público, para as ações emergenciais de recuperação das áreas atingidas. Pelo acordo inicial, o dinheiro, sob forma de garantias bancárias, deveria ter sido depositado até esta terça. Também ganhou prazo extra para a elaboração do plano de emergência para as barragens de Germano e Santarém, anexas à do Fundão.
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