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Saguão do check-in  no aeroporto Afonso Pena: espaço físico do terminal já não atende a demanda atual – só em 2009 foram 4,9 milhões de passageiros | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Saguão do check-in no aeroporto Afonso Pena: espaço físico do terminal já não atende a demanda atual – só em 2009 foram 4,9 milhões de passageiros| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Investimentos

Veja as obras previstas para o aeroporto de São José dos Pinhais:

Ampliação do pátio de aeronaves e pistas de taxiamento

Ao custo de R$ 32,1 milhões, a obra deve facilitar a manobra dos aviões e permitir um aumento no número de aeronaves recebidas. É uma das reivindicações constantes das empresas à Infraero. O início da intervenção deve ocorrer em 2011.

Ampliação do Terminal de Logística de Cargas

A estrutura atual não dá conta da demanda. A melhoria no terminal é uma das principais recomendações dos setores produtivos, ao lado de uma improvável construção da terceira pista. A obra deve começar no fim de 2011.

Ampliação e adequação do Terminal de Passageiros

O atual espaço pode receber até 3,5 milhões de passageiros/ano. Em 2009, porém, a procura foi de 4,9 milhões de passageiros. Por esse motivo, não é incomum observar filas para passar no raio x e até mesmo falta de poltronas nas salas de embarque. A reforma pretende aumentar a capacidade para 8,5 milhões de passageiros/ano – a demanda esperada para a Copa-2014 é de 6,5 milhões.

O Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, vai ficar com apenas 1,6% dos R$ 5,4 bilhões destinados pelo governo federal para obras nos principais terminais aéreos do país. Ao todo, 14 aeroportos das 12 cidades-sede da Copa de 2014 receberão investimentos. Com um orçamento previsto de R$ 88,5 milhões, o Afonso Pena só receberá mais dinheiro que os aeroportos do Recife (R$ 19,2 milhões) e de Salvador (R$ 44,4 milhões).

Além disso, duas obras consideradas prioritárias para solucionar os problemas de infraestrutura do aeroporto não entraram nesse pacote: o ILS-3, equipamento que permite pousos e decolagens em dias com nevoeiro, e a construção da terceira pista. Só essas melhorias custariam R$ 342 milhões.

Divulgado ontem, o plano de investimentos prevê que 61% dos recursos venham da Infraero e os 39% restantes por meio do Progra­ma de Aceleração do Crescimento (PAC).

As três intervenções previstas no Afonso Pena, todas essenciais ao funcionamento do aeroporto, são a ampliação do pátio de aeronaves e das pistas de taxiamento, o aumento do Terminal de Logística de Cargas e a adequação do Ter­minal de Passageiros. O valor para executá-las, no entanto, é considerado irrisório para o presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Jaime Sunye Neto. "Essas obras estão prometidas há mais de dez anos. É preciso parar de empurrar com a barriga a questão dos aeroportos. Os investimentos são necessários e precisam ser rápidos", critica.

Presidente da Associação Brasi­leira das Empresas de Transporte Aéreo, Apostole Lazaro Chryssadi­fis considera possível a realização das intervenções listadas pela Infraero com o dinheiro enviado. "Parece-me que a Infraero considerou os pontos críticos do aeroporto de Curitiba e, se realmente levar a cabo esses investimentos, teríamos uma adequação da infraestrutura à demanda até 2014", avalia. Os prazos informados, contudo, preocupam Chryssafidis. "A maioria dos investimentos tem início em 2012 e isso é uma temeridade", opina. Segundo ele, obras executadas próximas aos eventos tendem a ser mais caras do que o previsto nos projetos e têm resultados muitas vezes insatisfatórios. Procurada pela reportagem para comentar o assunto, a Infraero não respondeu aos questionamentos.

Problemas antigos

Outras duas questões deveriam ser resolvidas, na avaliação de técnicos, até o início da Copa. A implantação do ILS-3 e a construção da terceira pista – ou a ampliação da segunda em 500 metros – daria vazão ao ritmo de pousos e decolagens exigidos em um evento de porte como o Mundial. Sem intervenções estruturais, existe a possibilidade de aumentar a capacidade do aeroporto com ajustes de gestão. "Para a Copa, seria preciso algo emergencial, como aumentar a pista. Sem isso, não é possível ampliar ainda mais", afirma Sunye Neto. De acordo com o presidente do IEP, são necessários cinco anos para construir a terceira pista, o que impede a sua realização até a Copa de 2014. Como medida paliativa, Sunye Neto e Chryssadifis defendem a ampliação da segunda pista.

Com relação ao ILS-3, a situação é mais cômoda. Em abril, o Ministério da Defesa e a Infraero se comprometeram a instalar o aparelho até o fim de 2011. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que o terminal paranaense teria prioridade sobre os aeroportos de Guarulhos (SP) e do Galeão (RJ). Também procurado pela reportagem, o Ministério da Defesa não se manifestou sobre o assunto.

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