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Centralização

‘Migrantes’ lotam faculdades de Curitiba

Thayla gasta 2 horas por dia entre Curitiba e Campo Largo, mas diz que o esforço compensa para estudar na Universidade Positivo | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Thayla gasta 2 horas por dia entre Curitiba e Campo Largo, mas diz que o esforço compensa para estudar na Universidade Positivo (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

A despeito do crescimento populacional acelerado dos municípios da região metropolitana de Curitiba, o mesmo não ocorre com a oferta de vagas em instituições de nível superior. O total de universitários que moram em municípios vizinhos da capital e se deslocam diariamente para as três principais instituições de Curitiba é mais do que o dobro do volume de matriculados nas sete maiores faculdades particulares instaladas nessas cidades.

Ao todo, os câmpus da ­­­­PUCPR, da Universidade Po­­­­si­­­tivo e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) têm 10.949 alunos que estudam em Curitiba e moram em algum município da região metropolitana – excluindo a capital. Esse contingente corresponde a 16% do total de matriculados nas três instituições. Juntas, as sete principais faculdades instaladas nas cidades vizinhas da capital oferecem pouco mais de cinco mil vagas.

Para Fábio Duarte, do curso de pós-graduação em Gestão Urbana da PUCPR, esse quadro é reflexo da alta dependência dos municípios da RMC em relação a Curitiba. "Comparada com outras regiões de porte semelhante, como Porto Alegre ou Goiânia, a [região metropolitana] de Curitiba ainda tem um alto índice de terceirização de serviços. E isso gera um grande volume de viagens ­­­diárias", diz.

E a tendência é que esse fluxo migratório diário aumente ainda mais nos próximos anos. Sem um plano para levar instituições de nível superior para esses municípios, um contingente cada vez maior de universitários se vê obrigado a migrar diariamente para Curitiba para estudar.

A população universitária nos municípios vizinhos de Curitiba aumentou mais de três vezes na última década – passando de 11.824 para 37.848. E os municípios da região metropolitana tiveram crescimento populacional geral de 1,68% entre 2013 e 2014 – mais do que o dobro do registrado apenas em Curitiba (0,83%). Todos esses indicadores, entretanto, não foram suficientes para atrair uma universidade pública para a RMC.

"Quem perde é a região. O conhecimento gerado pela universidade é inserido na sociedade. Além disso, a universidade traz geração de empregos e mais investimentos em infraestrutura", diz a mestre em desenvolvimento regional Danielle Regina Ullrich, professora do Instituto Federal de Santa Catarina.

Outras regiões metropolitanas do país vivem cenários diferentes do de Curitiba. Juntos, os municípios vizinhos de Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Manaus concentram 15 câmpus federais. A Região Metropolitana de Curitiba até ganhou dois câmpus do Instituto Técnico Federal do Paraná. Mas, para o processo seletivo de 2015, essas unidades ofertarão vagas apenas em nível técnico – 40 em Colombo e 80 em Pinhais.

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