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Acidente aéreo

Mil pessoas acompanham velório e enterro de família morta em acidente

Cerca de mil pessoas acompanharam na tarde deste domingo (28) o velório e o enterro dos corpos do herdeiro e acionista da Companhia Müller de Bebidas, que fabrica a cachaça 51, Marcelo Müller, 33, da sua mulher, Lumara Rocha da Silva Passos Müller, 31, e da filha do casal, Georgia Passos Müller, 2, em Pirassununga (a 211 km de São Paulo).

A família morreu na queda de um helicóptero na manhã deste sábado (27) no litoral paulista. Também morreram no acidente o piloto da aeronave e a babá da menina.

O helicóptero caiu quando o casal levava a criança para um hospital na capital. A suspeita é que ela contraíra uma virose.

Os primeiros sintomas, segundo pessoas próximas à família, foram percebidos ainda nos EUA, onde a família passou parte das férias de final de ano.

Familiares das vítimas não falaram com a imprensa neste domingo. Pessoas ligadas à família e à assessoria da indústria informaram que ainda não foi constituído alguém para acompanhar as investigações.

"Não é hora de pensar nisso. É um momento de dor. Esses assuntos relacionados ao que ocorreu poderão ser tratados só a partir de amanhã", disse Luiz Cézar Amaral, 42, amigo da família e que trabalha com os Müller há mais de 20 anos.

No velório, ele afirmou que a neta "era o xodó" do avô Benedito Augusto Müller, pai de Marcelo. "Ele [Benedito] me mostrava uma foto da neta a cada 15 minutos. O Marcelo sempre enviava as imagens por celular", afirmou.

De acordo com ele, era raro Marcelo usar táxi aéreo e a decisão de levar a menina para São Paulo de helicóptero ocorreu por causa da gravidade do estado de saúde.

"Ele foi aconselhado por uma médico a levá-la rapidamente para um hospital", disse Amaral.

Upiran Jorge Gonçalves da Silva, 63, amigo próximo de Benedito, afirmou que a menina chegou a ficar internada, mas não soube dizer se o tratamento ocorreu ainda nos EUA ou logo após a volta ao Brasil.

"Ele [Benedito] tenta buscar uma explicação. Procura entender o que ocorreu. Passaríamos o Ano Novo na fazenda dele em Descalvado, e acaba acontecendo uma tragédia dessas", disse Silva.

A assessoria de imprensa da empresa informou que Marcelo era conselheiro, acionista, mas que não participava ativamente das atividades da companhia.

Há oito anos a indústria é administrada por um responsável designado pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá.

A decisão ocorreu porque Benedito e o irmão dele entraram em litígio.

Em nota, a empresa, "por meio de seus funcionários e diretoria", lamentou a morte de Marcelo, da mulher e da filha.

"A Cia. Müller manifesta seu profundo pesar aos familiares e amigos das vítimas do acidente", diz a nota.

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