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Pelo país - Movimento mantém ocupação do Incra em São Paulo

A ocupação do prédio do Incra de São Paulo pelos integrantes do MST, iniciada na segunda-feira, foi mantida ontem e não há data prevista para a saída dos manifestantes. Ao todo, cerca de 600 pessoas invadiram o prédio para protestar contra o Projeto de Lei 578/2007 do governo paulista, que dispõe sobre a regularização de posse em áreas de terras devolutas no Pontal do Paranapanema, Região Oeste do estado.

A mobilização também faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST, que pede assentamento de 150 mil famílias acampadas em todo o país e a adoção de um novo modelo econômico que viabilize a realização da reforma agrária.

No Mato Grosso do Sul, o MST mobilizou ontem pelo menos mil homens, mulheres e crianças e conseguiu bloquear três rodovias no estado. Os bloqueios começaram às 7 horas e terminaram no fim da tarde. Em Brasília, militantes do MST entregaram, no fim da tarde, a pauta de reivindicações do movimento ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e ao presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Cerca de mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), vindos em 22 ônibus de diversas partes do Paraná, desembarcaram ontem em Curitiba para protestar contra a estagnação do processo de reforma agrária. Após manifestações que deixaram o trânsito lento no Centro da cidade, os sem-terra passaram a noite acampados em frente da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Atos ocorreram também em outros dez estados, dentro da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Segundo o representante da coordenação paranaense do MST, José Damasceno, a mobilização em Curitiba não tem data para terminar. O objetivo é pressionar pelo assentamento das 8 mil famílias do MST acampadas no estado (segundo cálculos do movimento). O grupo também reivindica cestas básicas, infra-estrutura e crédito agrícola. "Enquanto a reforma agrária não andar, mobilizações dessa natureza irão se multiplicar e as ocupações, triplicar", disse Damasceno.

Ações

Os sem-terra chegaram ontem de madrugada a Curitiba. Às 9 horas, caminharam com foices na mão em sinal de protesto, do Parque Barigüi até o prédio do Incra. Enquanto Damasceno se reunia com os representantes do órgão estatal, os demais membros do MST retiravam dos ônibus colchões, fogões e panelas para montar o acampamento. "Viemos aqui fazer cobrança. Se ficássemos só no nosso lote, o Incra não faria nada", afirmou uma manifestante que preferiu não se identificar.

À tarde, cerca de 300 sem-terra caminharam até o prédio do Ministério da Fazenda da Rua Marechal Deodoro, no Centro da capital. Uma faixa da via, na altura do ministério, ficou bloqueada para veículos. Por volta das 17 horas, os manifestantes retornaram à Rua Doutor Faivre. O trânsito ficou interrompido em um sentido na Travessa da Lapa, onde ônibus biarticulados ficaram impedidos de trafegar. A orientação da Diretoria de Trânsito de Curitiba é para que os motoristas evitem a região enquanto os sem-terra permanecerem no local.

Discussões

Hoje e quinta-feira estão previstas audiências com a superintendência regional do Incra. O superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, prevê que o assentamento das 7.264 famílias acampadas no estado irá levar quatro anos. "Os sem-terra pediam em 2003 para assentar as 16 mil famílias . Hoje, pedem para assentar 8 mil. Quer dizer que o número foi reduzido pela metade", afirmou.

Lacerda informou que 90 processos de compra de terras e sete para desapropriação de áreas improdutivas estão em andamento no estado. "Não vai ser um processo de pressão que vai agilizar isso. Entendemos o MST, mas não vai ser isso que vai atrapalhar ou ajudar."

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