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Uma operação da Polícia Civil do Rio descobriu que a milícia conhecida como Liga da Justiça, de atuação na zona oeste da cidade, explorava 5 mil moradores de seis condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal.

Segundo a polícia, os criminosos obrigavam os moradores a fazer pagamentos mensais por serviços como água, luz, internet e segurança. Os policiais calculam que o rendimento mensal da quadrilha chegasse a mais de R$ 1 milhão por mês.

Até a tarde desta quinta-feira (7), 21 pessoas haviam sido presas na operação. Dessas, 20 faziam parte dos 27 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Uma outra foi detida em flagrante por porte de arma ilegal. De acordo com a polícia, integravam o grupo cinco PMs, quatro ex-PMs, um bombeiro, um policial civil, um agente penitenciário e um militar do Exército. Os outros 14 seriam civis integrantes da Liga da Justiça.

"As milícias existem há 20 anos e nunca foram combatidas antes. Muitos até apoiavam. Hoje, é um trabalho difícil, até porque há tentáculos, ramificações. É difícil", disse o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.

A operação Tentáculos como foi chamada teve início na madrugada desta quinta-feira com a participação de 350 policiais civis. A Draco-IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) que coordenou a ação teve o apoio do Ministério Público Estadual, da Subsecretaria de Inteligência e das corregedorias da PM e do Sistema Penitenciário do Rio.

De acordo com o delegado Alexandre Capote, da Draco, os milicianos esperavam a ocupação dos imóveis e faziam uma abordagem ao morador. Neste momento, ofereciam à pessoa uma série de serviços. Quem se recusava a pagar pelos "serviços" era agredido ou morto diante dos moradores. Também, segundo a polícia, poderiam ser expulsos dos apartamentos. A polícia não revelou quantos moradores tiveram que deixar as unidades ou acabaram sendo assassinados.

"Eles tiveram a ousadia de, logo depois, de assumir o imóvel vender os apartamentos por até R$ 40 mil. Os compradores agiam de boa fé e acreditavam estar fazendo um grande negócio sem imaginar na situação que iam encontrar", afirmou Capote.

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