Cerca de 250 agentes da Polícia Civil e da Corregedoria Geral Unificada iniciaram, na manhã desta quinta-feira, uma operação para tentar cumprir 30 mandados de prisão contra suspeitos de integrarem milícias na Zona Norte do Rio. Até o início da tarde, 18 pessoas, entre elas nove PMs e um policial civil, já haviam sido presas. Batizada de Operação Lobão, a ação tem como objetivo desarticular três quadrilhas de milicianos que atuam na região de Brás de Pina e Cordovil, na Zona Norte. Entre os mandados de prisão a serem cumpridos, dois são contra policiais civis e dez contra policiais militares, entre eles um oficial. Entre os principais procurados estava o suspeito César Simão, o Cesário, preso na favela do Quitungo, em Brás de Pina. Cesário é irmão de Marcio Gabriel Simão, apontado pela polícia como chefe da milícia que atua no Quitungo.

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Foram expedidos também 67 mandados de busca e apreensão. Até o início da manhã, além das prisões, os agentes já haviam apreendido armas, carregador, computadores, documentos e um colete à prova de balas que estava sendo levado por um homem que saía de carro do condomínio. Uma central de gatonet também foi estourada. As equipes continuam na rua para cumprir os demais mandados de prisão.

A ação contou com participação de agentes da Corregedoria Geral Unificada (CGU), da Corregedoria da Polícia Civil (Coinpol), da Corregedoria Geral da Polícia Militar e da Delegacia de Repressão às Ações do Crime Organizado e Inquéritos Especiais (Draco/IE), divididos em 71 equipes. Segundo a Polícia Civil, as investigações - iniciadas há cinco meses pela CGU e pela Draco/IE, com apoio do Ministério Público Estadual - constataram envolvimento direto dos denunciados.

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De acordo com o delegado da CGU, Marcelo Ferreira, ação foi deflagrada a partir de uma guerra e tentativa de homicídio entre os grupos rivais. Ele estima que esses milicianos movimentavam grande quantidade de dinheiro, pois exploravam uma população de cerca de 20 mil pessoas em Brás de Pina, além de serviços de gatonet, gatovelox, gás, entre outros.

Dos policiais militares denunciados, nove já foram presos, assim como o chefe de uma das quadrilhas, o policial militar Anderson de Oliveira, o Mugão, detido ao tentar matar um de seus rivais. Entre os presos também estão os PMs André Luiz Menezes e Adilson Menezes, presos na Operação Herdeiros, deflagrada pela Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança (SESEG).

Desde 2007, foram presas no Rio mais de 600 pessoas envolvidas com milícias.