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Em artigo alusivo ao Dia das Crianças, a ativista transexual Marina Mathey, que se descreve como “multiartista e militante pelos direitos de pessoas trans”, defendeu que os pais não devem “impor” um determinado gênero aos filhos. Para Mathey, tratar um criança conforme seu sexo biológico é uma imposição social comparável a um ato de violência, que faz “estragos” nas crianças.
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O ideal, segundo o artigo publicado pela colunista trans no portal UOL, seria “criar as crianças de forma a não generificá-las”, ou seja adotar a chamada “criação neutra”, onde a criança é criada como se não tivesse gênero, recebendo nome e tratamento neutro.
No texto, repleto de palavras da chamada linguagem neutra, como “todes”e “elus”, e de questões relacionadas à ideologia de gênero, Mathey diz que os pais devem prezar “a liberdade” da criança, buscando interferir “o mínimo possível” na formação da criança, evitando repassar a elas conceitos, morais e valores. Seguindo a linha de autores progressistas e de esquerda, Mathey defende a ideia d que o gênero é uma mera construção social, e que precisa ser visto como dissociado do sexo biológico.
Ainda segundo o texto, é preciso lutar para que as crianças sejam libertadas das “amarras que se iniciam desde um chá de revelação até o fim de suas vidas, pelo simples fato de terem uma genitália ou outra”. O artigo ainda fala da experiência pessoal de Matheey, que nasceu com sexo biológico masculino. “Me impuseram - a sociedade, minha família, os médicos, todes! - o gênero masculino. A performance masculina, as vestimentas, os brinquedos, os gostos, os desdéns”, lamentou.
Ideologia de gênero
A Gazeta do Povo publicou com exclusividade um estudo do American College of Pediatricians sobre ideologia de gênero. O resumo da pesquisa foi de que "a disforia de gênero (DG) na infância é uma condição psicológica em que as crianças sentem uma incongruência nítida entre o gênero que sentem ter e o gênero associado a seu sexo biológico. Na imensa maioria dos casos em que isso ocorre na criança pré-adolescente, a DG se resolve até o final da adolescência. Existe hoje uma discussão intensa, embora suprimida, entre médicos, terapeutas e acadêmicos em torno do que está rapidamente se tornando o novo tratamento padronizado da DG em crianças. Esse novo paradigma se baseia na premissa de que a DG é algo inato; ele envolve a supressão da puberdade com agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), seguida pelo uso de hormônios do sexo oposto – uma combinação que resulta na esterilidade de menores. Uma revisão da literatura atual sugere que esse protocolo se baseia em uma ideologia de gênero não científica, que ele carece de uma base de evidências e que viola o princípio ético duradouro de 'em primeiro lugar, nunca causar dano ou mal'”.