Movimento Corpos de 61 militantes estão desaparecidos

Brasília – A guerrilha do Araguaia foi um movimento armado, organizado pelo PC do B no final dos anos 1960, na região do Pará. Cerca de 70 militantes teriam participado da guerrilha. Hoje, 61 continuam desaparecidos.

O deputado federal José Genoíno (PT-SP) participou do movimento, que combatia o regime militar no país.

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Brasília – As Forças Armadas não possuem documentos oficiais sobre a Guerrilha do Araguaia, porque toda a documentação teria sido destruída em momentos históricos distintos. Essa é uma das conclusões do relatório da Comissão Interministerial voltada para a identificação dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia. O documento foi apresentado ontem pelo secretário especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.

Em junho de 2003, a juíza federal Solange Salgado determinou, através de ação movida por familiares dos desaparecidos do Araguaia, que fosse quebrado o sigilo das informações militares referentes a todas as operações realizadas no combate à guerrilha. Ela também determinou que as Forças Armadas intimassem todos os agentes militares que tivessem qualquer participação no episódio a prestar depoimento. No entanto, nos relatórios entregues à comissão, nenhuma das três forças apresentou nenhuma documentação sobre a guerrilha.

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Vannuchi disse que, apesar de registrar a insuficiência de informações para esclarecer a localização dos corpos dos desaparecidos políticos, o relatório é um avanço, pois as Forças Armadas assumem que houve uma guerrilha.

O relatório recomenda que o Ministério da Defesa, em parceria com a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), mantenha uma instância administrativa aberta para que militares da ativa e da reserva forneçam informações sobre a localização dos restos mortais dos desaparecidos ou de documentos que contribuam para o esclarecimento dos fatos. Os depoimentos serão mantidos sob sigilo.

Outra conclusão do relatório aponta que existem cópias de documentos em poder da SEDH e de particulares, entre eles, militares da reserva que podem ajudar na restauração dos autos, destruídos pelas Forças Armadas durante o regime militar. Para a comissão, a reconstituição pode, mesmo que não se encontrem os corpos, ajudar a oficializar o reconhecimento do Estado brasileiro sobre a guerrilha.