Com a presença de ministros e militares, os governos federal, estadual e municipal realizam neste sábado (13) um mutirão para orientar a população sobre formas de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e do vírus zika. Segundo o Ministério da Saúde, a mobilização ocorre em mais de 350 cidades do país e conta com 220 mil integrantes das Forças Armadas.
Entre as medidas previstas está a distribuição de 4 milhões de panfletos com informações a respeito das doenças transmitidas pelo mosquito.
Em Pernambuco, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, participou do evento ao lado de cerca de 1.500 militares. Durante entrevista, ela disse que o objetivo de colocar os soldados na rua era de cooperar e não de inibir as pessoas. “Estamos indo às ruas para chegar a população e convencer que cada pessoa tem que fazer a sua parte. Se a população não se engajar, não vamos conseguir realizar o combate, porque 2/3 dos criadouros estão dentro das casas”, disse.
A escolha pelo sábado, segundo ela, não é ocasional. O governo optou pela data pelo fato de ser o dia quando as famílias estão em casa. “Vamos todos nos juntar para acabar com isso, que é algo simples. Como vamos vencer essa guerra? Combatendo a água parada”.
Só no Nordeste, foram mobilizados 20 mil militares. Em todo o Estado de São Paulo, 21,5 mil militares devem sair às ruas. Na capital paulista, a ação ocorrerá em estações do metrô, até as 15h30, e no entorno de cinco CEUs (Centros Educacionais Unificados).
Em Belo Horizonte, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que não haverá cortes no orçamento deste ano para combater a epidemia. “Nós vamos cortar em outras coisas”, afirmou, sem detalhar valores. Acompanhado do prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB), e de agentes de saúde, Barbosa visitou três casas de um bairro de classe média da cidade. Nas seis primeiras semanas de 2016, foram identificados 2.300 casos de dengue em Belo Horizonte. Outros 7.000 são investigados. Não houve registros de zika e chikungunya.
Zika
A mobilização, segundo o governo federal, faz parte do plano criado para enfrentar o mosquito e a microcefalia. Caracterizada por uma má-formação cerebral, a doença é associada ao vírus zika, transmitido pelo Aedes. Há 462 casos de microcefalia confirmados no país e 41 deles tiveram resultado positivo para o zika em novos testes, o que reforça a suspeita de que estejam relacionados a uma infecção pelo vírus. Os demais ainda não tiveram os resultados divulgados.
O Brasil também soma 3.852 casos de bebês com suspeita de microcefalia, ou seja, que ainda aguardam resultados de exames que possam confirmar o quadro. No boletim anterior esse número era de 3.670, um aumento de 4,9%. Há ainda outros 765 casos que foram notificados pelos serviços de saúde, mas acabaram descartados após exames.
Desde outubro, quando o Ministério da Saúde começou a contabilizar os dados, foram notificados casos em 24 Estados e no Distrito Federal. Apenas Amapá e Amazonas não apresentaram registros até o momento. A região Nordeste concentra a maioria dos casos, com 82% dos registros confirmados ou em investigação no país.