O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, notou que os 323 km² da Amazônia Legal sofreram corte raso ou degradação progressiva no mês de julho representam queda recorde de 68,4% frente ao mesmo mês do ano passado, quando 1,02 mil km2 foram desmatados.

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Segundo Minc, esse é o maior recuo registrado em um mês desde a criação do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2004. Na comparação com junho deste ano, quando 870 km2 da Amazônia Legal foram desmatados, a queda em julho foi de 62,8%.

Cautela

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Mesmo assim, o ministro avaliou que o recuo no desmatamento ainda é "insuficiente". "Estamos temerosos e cautelosos. Não estamos contentes. Não dá para comemorar porque o desmatamento ainda é muito grande. Ele tem que cair mais ainda (...) E pode aumentar no mês que vem, visto que ainda não estão criadas as bases para o desenvolvimento sustentável da Amazônia", disse ele a jornalistas em Brasília.

Expectativa

Apesar da forte queda do desmatamento em maio, junho e julho, Carlos Minc estimou que a taxa de corte raso, ou degradação progressiva, em todo o ano de 2008 ficará em patamar semelhante ao do ano passado, em cerca de 12 mil km2, ou até um pouco mais do que isso. Ele explicou que o desmatamento foi muito forte nos primeiros meses deste ano.

"A tendência para o resto do ano é incerta. Precisamos de mais recursos para manter esse nível de trabalho do Ibama", disse o ministro do Meio Ambiente. Segundo ele, a fiscalização dobrou nos sete primeiros meses deste ano, quando foram lavrados 4,2 mil autos de infração. No período, o valor das multas atingiu R$ 1,07 bilhão.

Causas

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Além do aumento da fiscalização do Ibama em 2008, outro fator apontado pelo ministro para o recuo do desmatamento foi a nova legislação aprovada pelo Banco Central, pela qual os produtores que não estiverem em conformidade com a lei ambiental não podem mais pegar empréstimos. "O Banco do Brasil e o Basa já registraram queda no número de pedidos de empréstimos", notou o ministro.

Os convênios firmados com empresas, e a fiscalização em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, também foram citados pelo ministro como parte das medidas que gerou queda do desmatamento na Amazônia Legal nos últimos meses.