O secretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, afirmou nesta segunda-feira que o vazamento de óleo na Bacia de Campos poderia ter sido evitado. Segundo ele, vazaram cerca de 25 mil barris porque houve falha no estudo de geologia marinha e "erros crassos" da Transocean, empresa que fez a perfuração do poço. Minc disse ainda que a Chevron é corresponsável pelos erros cometidos pelas companhias contratadas para a exploração de petróleo no local. "Esse acidente poderia ter sido evitado. Não foi um raio do céu azul ou uma falha humana", afirmou Minc em entrevista à rádio Estadão/ESPN.
O secretário disse que a Chevron cometeu crime ao não informar de forma correta a extensão do problema. "É certo que a Chevron subestimou e informou de forma incorreta os dados do acidente e durante dez dias não deu uma resposta adequada ao vazamento", afirmou. Para ele, os procedimentos utilizados em caso de vazamento deveriam estar claros e prontos para serem colocados em operação antes do acidente. "A limpeza foi outro ponto falho. Observação aérea não avistou navios retirando o óleo, só utilizando jatos d'água do mar para dispersar a mancha."
Minc disse que pediu aplicação do valor máximo para multa de crime ambiental contra a Chevron, mas admitiu que o valor (R$ 50 milhões) está defasado. "É o mesmo valor de 12 anos atrás", afirmou. "A multa deveria ser de R$ 116 milhões corrigidos." Segundo ele, boa parte do valor da multa será aplicada em parques estaduais e federais localizados no Estado.
O secretário exige reparação ambiental dos danos causados à fauna e à flora da região do Campo de Frade, no norte fluminense. "Fauna e flora marinha foram seriamente afetados por mais de 25 mil barris de óleo que criaram uma mancha de 60 a 70 quilômetros quadrados, afetando toda a rica biodiversidade da região", disse, ao citar que o local faz parte de rota migratória de baleias e golfinhos nesta época do ano.
Minc disse que até terça-feira será fechado um quadro completo do acidente com a ajuda de imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que podem detectar óleo abaixo do espelho d'água. Ele afirmou que as praias de Macaé e Cabo Frio só não foram atingidas pelo óleo porque o vento soprou a mancha na direção contrária, mas que correm riscos os municípios de Arraial do Cabo, Búzios e Rio das Ostras. Ele contou ainda que o governo do Rio vai pedir o descredenciamento da Transocean.
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