Mineradores e IAP unem esforços para a revitalização do Rio Tibagi

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Ponta Grossa – Após cinco décadas de extração desordenada de areia, o Rio Tibagi pode ser revitalizado. O projeto de recuperação das áreas degradadas, fruto de parceria entre a Associação dos Mineradores de Areia no Rio Tibagi (Amati), Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Associação Planeta Azul, foi lançado ontem em Ponta Grossa. A idéia de revitalizar o rio partiu dos próprios mineradores, após anos de autuações e multas decorrentes da falta de licença para explorar areia. "Queremos restaurar o ambiente e fazer a nossa atividade dentro das normas ambientais", afirma o assessor jurídico da Amati, Carlos Eduardo Delinski.

O primeiro passo para a execução do projeto será um estudo de impacto ambiental, realizado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e pelo governo do estado. O custo inicial desse estudo, de R$ 600 mil, será bancado pelos mineradores. A partir dos resultados, será realizado um zoneamento da região, definindo as áreas a serem exploradas e quais serão recuperadas. "A idéia é de que em seis meses os empresários tenham a licença e trabalhem dentro da lei", diz o presidente da organização não-governamental Planeta Azul, Edílson Gorte.

Além de revitalizar o rio, outros projetos foram anunciados, como a criação de um parque na região e outro para reintegrar a fauna e repovoar o Tibagi com peixes. Esses projetos serão feitos por meio de parcerias com empresas e indústrias da cidade, que arcariam com os custos.

Com dezenas de empresas na região, a exploração de areia é uma atividade econômica importante em Ponta Grossa. O setor, que emprega 280 pessoas, abastece empresas de construção civil em 35 municípios da região. "Essa é uma atividade necessária. Queremos com esse projeto criar um modelo sustentável de exploração", avalia a chefe regional do IAP, Elma Romano.

Gil César Rodrigues, que administra um pequeno porto de areia há nove anos, vê com bons olhos o projeto de revitalização do rio. "Acho importante cuidarmos daqui. O que mandarem, a gente vai fazer", diz. Segundo especialistas, após a implantação do projeto, seriam necessários cinco anos para o rio começar a se recuperar.