A presença de um representante da Petrobrás na plataforma da Chevron, que opera o poço acidentado há quase um mês na Bacia de Campos (litoral norte do Estado do Rio), é investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que abriu dois inquéritos para apurar os procedimentos da petroleira americana no Brasil.
A comprovação da suspeita de que havia um técnico de segurança da Petrobrás a bordo quando ocorreu o vazamento de óleo poderá evidenciar que a participação da empresa brasileira no Campo de Frade explorado pela Chevron é maior que o admitido.
Sob o aspecto trabalhista, não há ilegalidade, avaliam os procuradores encarregados do caso. Mas, se comprovada a informação recebida pelo MPT, a Petrobrás poderá vir a ser corresponsabilizada pelos danos ambientais, por exemplo.
Desde o início do caso, a Petrobrás não se manifesta sobre o vazamento, sob o argumento de que quem tem de tratar da questão é a Chevron. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, recusou-se, mais de uma vez, a abordar o assunto em entrevistas.
Procurada ontem pelo Estado, a Petrobrás não negou nem confirmou que tinha pelo menos um trabalhador na plataforma acoplada ao poço. A nota divulgada pela companhia foi sucinta, com uma única frase: "A Petrobrás não comenta".
Com 30% do empreendimento, a Petrobrás é sócia da Chevron, que tem 51,70%, e de um consórcio japonês, com os restantes 18,3%. Como a Chevron é a operadora do bloco, só ela atuaria na exploração e produção, com empregados próprios.
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