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A operação Big Brother, que investigou um suposto golpe milionário articulado por advogados contra a Eletrobrás e Petrobrás, deve virar ação penal na Justiça Estadual. Após cinco meses de estudos, o Ministério Público (MP) Estadual denunciou na sexta-feira seis pessoas pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. No grupo estão os advogados João Bosco Coutinho, de Pernambuco, Michel Saliba Oliveira, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Curitiba, José Lagana e José Xavier da Silva, além do analista de sistemas Cláudio Luiz Agner Rodrigues e do publicitário Sinei Geraldo de Oliveira Silva. O pedido de abertura de ação penal já está na 4.ª Vara Criminal de Curitiba.

Segundo o promotor de justiça Marcelo Balzer Correia, "a nova denúncia usou provas do inquérito policial, sem usar a interceptação telefônica – prova emprestada – concedida pela Justiça Federal, haja vista entendimento jurisprudenciais que não permitem usar prova angariada (coletada) por juízo incompetente". Ele disse que o interrogatório dos indiciados, o depoimento das vítimas e testemunhas comprometem os suspeitos.

Os advogados são suspeitos de formar quadrilha e tentar corromper gerentes de bancos estatais para resgatar títulos supostamente prescritos da Eletrobrás e da Petrobrás. O caso foi investigado pela Polícia Federal durante dois anos, após gerentes do Banco do Brasil serem procurados pelos suspeitos. Após gravar conversas comprometedoras, a Polícia Federal prendeu Saliba, Lagana, Coutinho, João Marciano Oddpis e Sílvio Cavagnari no início do ano. Os nomes dos dois últimos não aparece na nova denúncia, mas o MP já sinalizou que pode aditá-la.

Num primeiro momento, nove suspeitos foram processados por estelionato, formação de quadrilha e corrupção ativa na Justiça Federal. Mas o Tribunal Regional Federal (TRF), 4.ª região, com sede em Porto Alegre (RS), trancou a ação penal por estelionato e passou a competência do caso passou a Justiça Estadual, em maio deste ano, quando o MP passou a elaborar a nova denúncia.

Segundo investigações, o juiz da 2.ª Vara Cível de Cascavel, Sidney Martins, teria facilitado duas tentativas de golpes para a suposta quadrilha, uma delas para sacar cerca de R$ 100 milhões de contas da Eletrobrás. Ele é investigado pelo Tribunal de Justiça.

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