São Paulo O Ministério da Agricultura deve concluir nos próximos meses o zoneamento agroecológico do setor sucroalcooleiro. O objetivo é definir áreas disponíveis ou não para a expansão dos canaviais, afirma o diretor do departamento de açúcar e álcool do ministério, Angelo Bressan. Além da questão ambiental, o trabalho vai calcular a produtividade de cada área.
Com base em dados de produtividade disponíveis, diz Bressan, já se sabe que é melhor produzir cana no Centro-Sul. O executivo argumenta, porém, que a descentralização do setor verificada nos últimos meses é muito bem-vinda.
Ele afirma que vários estados e áreas de pouca tradição na cultura da cana-de-açúcar estão desenvolvendo projetos de produção de açúcar e álcool. Bressan destaca o sul do Maranhão e algumas áreas da Bahia. Ele cita o projeto da Agrovale, com plantação de cana no Semi-árido, com elevados investimentos em irrigação.
Segundo ele, o governo está preparando outras medidas para o setor. Entre elas, uma regulamentação. Ele argumenta que até 2004 pouco se falava em etanol no mundo. Mas, com a alta do preço do petróleo e as preocupações com o meio ambiente, o mundo voltou-se para o combustível. "Foi aí que começaram a surgir dúvidas de como ter um modelo sustentável e exeqüível."
Para Bressan, isso só se consegue criando uma imagem positiva para o produto. "Nesse sentido, é preciso criar regras que disciplinem o setor. Mas isso leva tempo." O argumento do diretor é o de que, quando se mexe com o mercado de combustível, o mais importante é a garantia de abastecimento.
No mercado, no entanto, a possibilidade de uma regulamentação para o setor provoca calafrios. Os empresários temem que o governo estabeleça regras que prejudiquem o excelente momento do setor de bioenergia.
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