O ministro da Saúde Alexandre Padilha afirmou que sairá ainda neste ano o edital para fixar médicos estrangeiros e brasileiros no interior do país e nas periferias de grandes cidades.
"Não fechamos a data, mas queremos esses profissionais para este ano", disse Padilha, ontem.
O governo trabalha com um número próximo a 10 mil médicos que podem ser atraídos pelo edital, a ser lançado nos próximos dias. O número exato de vagas a serem ofertadas ainda será consolidado, a depender do interesse dos municípios que têm condições de recebê-los.
Como uma "vacina" contra a reação das entidades médicas radicalmente contrárias à abertura massiva do país aos médicos estrangeiros , o governo disse que o edital dará prioridade aos brasileiros e que o profissional da saúde formado no exterior só será chamado na falta do nacional.
"O edital é para médicos brasileiros", reforçou o ministro. Os estrangeiros poderiam ficar no país por até três anos, de acordo com o texto do edital. O programa para a vinda dos médicos estrangeiros vinha em fase final de elaboração. A revolta das ruas, com demandas para a Saúde, criou o momento político para o lançamento da medida, abordada pela presidente Dilma Rousseff em seu pronunciamento na tevê na última sexta-feira.
Teste
Padilha afirmou que o médico estrangeiro não precisará fazer uma prova de proficiência da língua portuguesa no seu país de origem, mas que essa será uma das habilidades avaliadas já no Brasil. A proposta do ministério é que o médico estrangeiro, ao chegar ao país, passe três semanas sob avaliação de uma universidade, antes de passar para a prática no município de destino. O governo vai arcar com os custos da passagem desse profissional até o Brasil.
"A capacidade de se comunicar com o paciente é fundamental, mas é mais fácil e rápido treinar o médico em português que esperar de seis a sete anos pela formação de um médico", disse Padilha.