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O Ministério da Saúde vai publicar no início de 2006 as diretrizes de uma nova política nacional de tratamento de câncer no Brasil, que prevê a reorganização e a reclassificação dos centros médicos especializados em Oncologia (estudo dos tumores) – os chamados Cacons (Centros de Alta Complexidade em Oncologia). Hoje, o Paraná possui 11 dessas unidades, sendo quatro em Curitiba e região metropolitana. A capital abriga um hospital de referência (o Erasto Gaertner), equipamentos modernos, técnicos especializados e tem recebido investimentos de clínicas particulares também. Mas o progresso no tratamento público contra o câncer ainda esbarra na falta de estrutura e investimentos suficientes para atender os mais de 8 mil novos casos que devem surgir na capital no ano que vem.

Por meio da nova política nacional, o governo pretende – de forma articulada com as secretarias estaduais e municipais de Saúde – construir redes de Atenção Oncológica, definir novos critérios para o funcionamento e avaliação dos serviços públicos e privados e ampliar a cobertura do atendimento.

No Paraná, a Secretaria Estadual de Saúde aguarda apenas a publicação da nova portaria para iniciar a reavaliação e o recadastramento dos serviços oncológicos do estado. "Vamos avaliar todos os serviços aptos no Paraná e levar essa avaliação para uma comissão, que vai estabelecer as redes regionais de atenção e os hospitais referência para cada tipo de tratamento", diz o chefe do Departamento de Medicina e Alta Complexidade da Secretaria Estadual de Saúde, Irvando Carula.

Segundo ele, as redes irão facilitar e ampliar o tratamento de câncer. "Existem municípios, como Francisco Beltrão, Umuarama e Ponta Grossa, que têm dificuldades em atender a demanda para radioterapia. Por isso, os pacientes precisam se deslocar até Curitiba para se tratar", lembra Carula.

Os hospitais que possuem tratamentos especializados serão classificados como Unidade ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia ou ainda como Centro de Referência. Há pelo menos cinco anos os centros de tratamentos não passam por uma avaliação do governo federal.

Estrutura atual

A capital já tem uma estrutura respeitável – mas que enfrenta dificuldades – para o tratamento de câncer.O maior hospital no tratamento oncológico do Paraná é o Erasto Gaertner. A instituição oferece todos os procedimentos necessários para atender aos 400 pacientes que chegam ao local diariamente. Equipamentos de última geração, participação em pesquisas internacionais e profissionais qualificados fazem do Erasto Gaertner um centro de referência nacional, que atrai pessoas de todo o Sul do país. O trabalho, no entanto, esbarra em problema financeiros e estruturais. A dívida atual é de R$ 4,5 milhões. Além disso, falta estrutura física para um setor inteiro, o que dificulta – por exemplo – a ampliação dos serviços e o funcionamento de equipamentos.

O Hospital Pequeno Príncipe, especializado no tratamento infantil, também é referência no Sul do país. Na área oncológica, porém, a situação também é complicada. Apesar dos recentes investimentos em pesquisas e reformas, o hospital não possui radioterapia, tratamento necessário a grande maioria dos pacientes.

No Hospital de Clínicas, o maior do Paraná e quarto no ranking brasileiro, a situação da estrutura para oncologia também é difícil. Mesmo sendo destaque em transplantes de medula óssea – metade dos transplantes brasileiros são feitos aqui – o HC tem aparelhos de radioterapia ainda guardados. Para instalá-los, e ampliar o setor de hematologia (doenças do sangue) e quimioterapia (tratamento a base de medicamentos), a administração espera um investimento de R$ 3,5 milhões.

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